sábado, 6 de outubro de 2007

Homenagem ao Professor




A MI MADRE LE DECÍAN "LOCA"

A mi Madre le decían loca, pero no era loca, era profesora.

Hablaba diferente. Decía:

"Los ojos sirven para escuchar".

Yo tenía diez años de edad. Un niño no comprende el lenguaje vertical y pensaba que quizá mi madre era loca.

Cierta vez me armé de valor y le pregunté: ¿Com qué miramos?

Mi madre me respondió: "Con el corazón".

Cuando mi madre se levantaba de buen humor cantaba: "

Hoy me he puesto mi vestido de veinte años".

Yo sabía que no tenía veinte años y la miraba, nada más.

¿Qué puede hacer un niño, sino escuchar?

Si mi madre estaba triste, decia estar vestida de niebla.

"Hoy tengo ochenta años"-dijo-, cuando desaprobé un curso.

Al fin pude terminar la educación primaria.

El día de la clausura llegó tarde. Se disculpó diciendo:

"Hijito, me demoré porqueestuve buscando mi vestido de Primera Comunión, ¿No ves mi vestido de Primera Comunión?".

Miré a mi madre y no estaba vestida de Primera Comunión.

Después tuvo ese accidente fatal.

Me llamó a su lado, cogió fuerte mis manos y dijo:

"No tengas pena, la muerte no es para siempre" .

Pensé: mi madre no se da cuenta de lo que habla.

Si uno muere es para siempre.

Era niño y no entendía sus palabras.

Ahora tengo cincuenta años y recién comprendo sus enseñanzas.

Sí, Madre. Podemos tener 20 años y al día siguiente ochenta.

Todo depende de nuestro estado de ánimo.

Los ojos sirven para escuchar porque debemos mirar con atención a quien nos habla.

Para conocer la realidad esencial de una persona, tenemos que mirarla con el corazón.

La muerte no es para siempre, sólo muere lo que se olvida y a mi madre la recuerdo porque la quiero.

Ahora -en sueños platicamos- nos reímos de su método de enseñanza.

Aprendí a mirar con el corazón.

Una noche me dijo:

"He notado que te molestas si tus amigos te dicen "loco" y eso no está bien.

Es natural que el hijo de una loca sea loco".

Entonces -por primera vez- repliqué a mi madre y le dije:

"Madre, te equivocas, no siempre el hijo de una loca tiene que ser loco; a veces es poeta".

Por eso puedo decir con orgullo:

"A mi madre le decían loca, pero no era loca, era profesora.

Me enseñó a descubrir la vida después de la muerte".

Max Dextre Abril de 1936 - Marzo de 1998

Destacado poeta, periodista cultural y conferencista peruano.
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Tradução

A minha Mãe lhe diziam "louca"

A minha Mãe lhe diziam "louca",
mas não era louca, era professora.
Falava diferente.
Dizia: "Os olhos servem para escutar".
Eu tinha dez anos de idade
Um menino, não compreende a linguagem vertical
e pensava que quiçá minha mãe era louca.
Certa vez me armei de coragem e lhe perguntei:
Com que olhamos?
Minha mãe me respondeu:
"Com o coração"
Quando minha mãe se levantava de bom humor cantava:
"Hoje pus meu vestido de vinte anos".
Eu sabia que não tinha vinte anos e a olhava, nada mais.
Que pode fazer um menino, senão escutar?
Se minha mãe estava triste dizia estar vestida de nevoeiro.
"Hoje tenho oitenta anos" -disse-, quando desaprovei um curso.
Ao fim pude terminar a educação primária.
O dia da clausura chegou tarde. Desculpou-se dizendo:
"Hijito, demorei-me porque estive procurando meu vestido de Primeira Comunhão, Não vês meu vestido de Primeira Comunhão?".
Olhei a minha mãe não estava vestida de Primeira Comunhão.
Depois teve esse acidente fatal. Chamou-me a seu lado, pegou forte minhas mãos e disse:
"Não tenhas pena, a morte não é para sempre" .
Pensei: minha mãe não se dá conta do que fala. Se alguém morre, é para sempre. Era menino e não entendia suas palavras.
Agora tenho cinquenta anos e recém compreendo seus ensinos.
Sim, Mãe, podemos ter 20 anos e ao dia seguinte oitenta.
Tudo depende de nosso estado de ânimo.
Os olhos servem para escutar porque devemos olhar com atenção a quem nos fala.
Para conhecer a realidade essencial de uma pessoa, temos que a olhar com o coração.
A morte não é para sempre, só morre o que se esquece
e a minha mãe, a recordação porque a quero.
Agora -em sonhos falamos-
nos rimos de seu método de ensino.
Aprendi a olhar com o coração.
Uma noite me disse:
"Notei que te aborreces se teus amigos te dizem "louco" e isso não está bem.
É natural que o filho de uma louca seja louco".
Então -pela primeira vez- repliquei a minha mãe e lhe disse:
"Mãe, equivocas-te, nem sempre o filho de uma loucatem que ser louco; as vezes é poeta".
Por isso posso dizer com orgulho:
"A minha mãe lhe diziam louca, mas não era louca,
era professora.
Me ensinou a descobrir a vida depois da morte".

Tradução: Martita Dias

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