quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Danço


Com você danço até a exaustão
Danço no meu coração
Danço a imensidão.
Danço... Dança de salão.
Dança de bailão.
Dança de paixão. Danço.
Danço um bolerão.
Danço até samba-canção.
Danço a escuridão. Danço.
Danço a emoção.
Danço a compaixão.
Danço a mansidão.
Danço... Danço e não me canso.
Só descanso e descanso porque danço
.
(Desconheço a autoria)

sábado, 22 de setembro de 2007

Série Mulheres Notáveis - CECÍLIA MEIRELES


PRIMAVERA

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág.

CECÍLIA BENEVIDES DE CARVALHO MEIRELES nasceu no Rio de Janeiro a 07/11/1901, e faleceu em 09/11/1964. Considerada uma das mais importantes representantes da literatura modernista, sua poesia foi traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner.

domingo, 16 de setembro de 2007

COMPREENDENDO: A Chave para a Saúde - "Conhece-te a ti mesmo"


Não há riquezas maiores do que a saúde
do corpo. Nem contentamento que seja
igual às alegrias do coração”
(Eclesiástico, 30:16)

Vivemos em um mundo dual, do dia e noite, sim e não, bem e mal, claro e escuro, homem e mulher, amor e ódio. Poderíamos descrever um capítulo inteiro de bipolaridades, mas não é este nosso objetivo. O importante é que nos detenhamos em compreender que em nosso planeta, tudo que existe tem as duas faces da moeda. Assim como a escuridão é a ausência da luz, a doença é a ausência da saúde. Mas ausência não significa extinção. Busquemos no dicionário e veremos que ausência é “afastamento, falta de comparecimento, falta, carência”. Significa que o Objeto está afastado, mas não eliminado, extinto.

Então, quando nos sentimos doentes, é essencial que compreendamos que a doença afastou a saúde e, tudo que está longe , afastado, pode se aproximar. E chegará o momento em que o que está afastado se aproxima e o que está próximo se afasta. Entenderam a bipolaridade? Se ainda não, vejamos uma pilha, daquelas simples, alcalina: para que ela cumpra sua função de liberar energia, tem que ter, necessariamente, os dois lados, o positivo (+) e o negativo (-). O equilíbrio dessas polaridades é que faz com que o Universo cumpra sua função integral.

E como tudo o que há no Universo, inclusive a pilha, nós seres humanos também temos essa bipolaridade ( por exemplo os lados direito e esquerdo do corpo) e que, sem o negativo, o positivo não cumpre integralmente sua função (e vice-versa). Mas como o homem possui uma Alma, ele, diferentemente dos objetos inanimados, não só libera mas recebe e troca energia Trocamos energia com todos os seres vivos do Universo, dos reinos mineral, vegetal, animal e humano e, quem sabe, trocamos também com seres de outras planetas, galáxias; na terceira dimensão (é aquela em que vivemos), quarta e outras tantas dimensões que ainda hoje desconhecemos, somente vislumbramos, intuímos.

Reconhecido, então, que para que o planeta Terra funcione plenamente não é possível eliminar a bipolaridade, vamos tratar de nos centrar e buscar aproximar o que nos torna feliz e afastar o que nos torna infeliz. Para tanto é preciso saber exatamente o que buscamos, conhecermos nossos objetivos, descobrir quem somos.

Neste momento, o primeiro passo é: “Conhece-te a ti mesmo”, e “Nada em Excesso”. Não deve ser a troco de nada que na Grécia, na entrada do templo de Apolo, em Delfos, existe até hoje essas inscrições que remontam da antiguidade. O “Nada em Excesso” explica claramente as bipolaridades e a necessidade de atingirmos o equilíbrio, centrando-nos, sem deixar que qualquer dos dois lados exerça peso maior na balança, fazendo-nos realmente sentir que somos o ponto central do Universo. E “Conhece-te a ti mesmo” pressupõe a impossibilidade de chegar a esse ponto de equilíbrio sem o pleno conhecimento de nossas dificuldades e nossas virtudes. Para compreendermos estas duas inscrições, temos que entender um pouco mais o movimento filosófico grego.

Na Grécia, berço de nossa civilização, através dos grandes filósofos e pensadores, surge um movimento que irá mudar toda a concepção da função do homem no Universo: é o movimento hermético neo-platônico (hermético porque fechado, exclusivo inicialmente a uns poucos, devido aos riscos da divulgação) “que contestava a antiga concepção medieval de que o homem era uma criatura miserável e pecadora e que a única maneira de se aproximar de Deus era através da Igreja. Esse movimento acreditava que o ser humano fosse em sua essência o microcosmo dentro do macrocosmo e que, dessa maneira, o auto conhecimento seria a única alternativa pela qual se poderia estabelecer uma ligação com as próprias origens divinas”(O Tarô Mitológico, de Juliet Sharman-Burke e Liz Greene, Edit. Siciliano, pag. 9).
Mais tarde, a nova visão renascentista proclamava que o homem era um grande milagre, pois era o co-criador do Universo, estando ao lado de Deus. E quantas fogueiras foram acesas na Inquisição devido à essa proclamação!

No início do século passado, Helena P. Bravatisky ( Síntese da Doutrina Secreta, Editora Pensamento) afirmava que “somos deuses e nos esquecemos”. Até chegarmos ao final do século XX com os físicos modernos afirmando a existência de Deus, não mais conflitando com seus postulados, ao contrário, confirmando-os.
Agora podemos introjetar em nosso conhecimento duas afirmações bíblicas: somos filhos de Deus(“E criou Deus o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus e criou-os varão e fêmea”- Gên. 1:27) ; e podemos fazer o que Jesus fez e “muito mais”( ...”aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e fará outras ainda maiores”- Jo. 14:12).

Sermos feitos à imagem de Deus significa que passamos por toda a formação dos elementos químicos do Universo, sofremos os mesmos processos evolutivos e vivemos na dualidade para a manutenção do equilíbrio cósmico. Quanto aos milagres que Jesus realizou, significa que hoje, mais esclarecidos e evoluídos (pensemos em 2000 anos atrás), temos elementos físicos, emocionais, mentais e espirituais para realizarmos nossa própria cura e colaborar na dos outros, numa troca alquímica entre os elementos químicos. Basta dizer que quando um só elemento químico se altera, altera-se toda a estrutura dos elementos.

Mas, sem nos conhecermos, sem saber o que buscamos e queremos, vivemos ao sabor do vento, como uma pluma que é levada de uma lado para o outro, conforme sopra a brisa. Se, pôr decisão, traçarmos nossas metas para atingir nossos objetivos, nos fortalecemos e só vamos aonde queremos. Contudo, isso implica em responsabilidade: muitas vezes é mais fácil deixar que a brisa nos leve, embora sua imprevisibilidade.
Esses momentos do desconhecido, da surpresa, vamos deixar para o lazer, aqueles instantes de aventura, os quais também têm que ser previstos porque começam de um ponto de partida, têm um meio e um fim. E, no mínimo, para iniciar uma viagem aventureira, temos que optar pôr um ponto cardeal (vamos para o norte, sul, leste ou oeste?) Então todas as nossas decisões implicam em responsabilidade de escolha. Até para ligar o piloto automático tem que ser tomada a decisão de apertar os botões corretos.
Se escolhermos ser felizes, vamos iniciar nossa jornada. Traçamos o roteiro (as metas), vivemos as etapas (o tratamento) e chegamos ao final (a cura), ao objetivo.
(texto extraído do livro Felicidade e Evolução, de nossa autoria)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Série Mulhes Notáveis - SOPHIA

Estátua de Sophia no Parque dos Poetas, em Oeiras, Portugal


SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

Poetisa portuguesa de origem dinamarquesa, nasceu na cidade do Porto, Portugal, a 06 de novembro de 1919.
Desde o livro de estréia, "Poesia", de 1944, Sophia anunciava as principais características da sua arte poética: um rigor clássico traduzido numa enorme simplicidade de linguagem para dizer a aliança do ser com o mundo através de imagens nítidas como a terra, o vento, a bruma, o jardim, o sol e o mar.

É também autora de textos em prosa, nomeadamente Contos Exemplares (1962), Histórias da Terra e do Mar e os contos para crianças A menina do Mar e O Cavalheiro da Dinamarca.
Esteve muito cedo ligada à luta antifascista, e escreveu poemas de resistência política, que foram reunidos na antologia Grades (1970). Após a Revolução dos Cravos, foi deputada à Assembléia Constituinte.
Reconhecida internacionalmente, aqui no Brasil teve seus poemas recitados, entre outros, por Maria Bethânea, no CD “O Mar de Sophia”.
Recebeu diversos prêmios literários e faleceu na mesma cidade onde nasceu, a 02 de julho de 2004

A seguir um dos textos mais profundos de SOPHIA:

AS GRUTAS


O esplendor poisava solene sobre o mar. E - entre as duas pedras erguidas numa relação tão justa que é talvez ali o lugar da Balança onde o equilíbrio do homem com as coisas é medido - quase me cega a perfeição como um sol olhando de frente.

Mas logo as águas verdes em sua transparência me diluem e eu mergulho tocando o silêncio azul e rápido dos peixes. Porém a beleza não é solene mas também inumerável. De forma em forma vejo o mundo nascer e ser criado.

Um grande rascasso vermelho passa em frente a mim que nunca antes o imaginara. Limpa, a luz recorta promontórios e rochedos. É tudo igual a um sonho extremamente lúcido e acordado. Sem dúvida um novo mundo nos pede novas palavras, porém é tão grande o silêncio e tão clara a transparência que eu muda encosto a minha cara na superfície das águas lisas como um chão.As imagens atravessam os meus olhos e caminham para além de mim.

Talvez eu vá ficando igual à almadilha da qual os pescadores dizem ser apenas água.Estarão as coisas deslumbradas de ser elas? Quem me trouxe finalmente a este lugar?

Ressoa a vaga no interior da gruta rouca e a maré retirando deixou redondo e doirado o quarto de areia e pedra.

No centro da manhã, no centro do círculo do ar e do mar, no alto do penedo, no alto da coluna está poisada a rola branca do mar.

Desertas surgem as pequenas praias.Eis o mar e a luz vistos por dentro. Terror de penetração na habitação secreta da beleza, terror de ver o que nem em sonhos eu ousara ver, terror de olhar de frente as imagens mais interiores a mim do que o meu próprio pensamento.

Deslizam os meus ombros cercados de água e plantas roxas. Atravesso gargantas de pedra e a arquitectura do labirinto paira roída sobre o verde. Colunas de sombra e luz suportam céu e terra. As anémonas rodeiam a grande sala de água onde os meus dedos tocam a areia rosada do fundo.

E abro bem os olhos no silêncio líquido e verde onde rápidos, rápidos fogem de mim os peixes. Arcos e rosáceas suportam e desenham a claridade dos espaços matutinos. Os palácios do rei do mar escorrem luz e água.

Esta manhã é igual ao princípio do mundo e aqui eu venho ver o que jamais se viu.O meu olhar tornou-se liso com um vidro. Sirvo para que as coisas se vejam.E eis que entro na gruta mais interior e mais cavada. Sombrias e azuis são águas e paredes.

Eu quereria poisar como uma rosa sobre o mar o meu amor neste silêncio. Quereria que o contivesse para sempre o círculo deespanto e de medusas. Aqui um líquido sol fosforescente e verde irrompe dos abismos e surge em suas portas.

Mas já no mar exterior a luz rodeia a Balança. A linha das águas é lisa e limpa como um vidro. O azul recorta os promontórios aureolados de glória matinal.

Tudo está vestido de solenidade e de nudez.

Ali eu quereria chorar de gratidão com a cara encostada contra as pedras.


domingo, 9 de setembro de 2007

UM DIA


UM DIA - Mário Quintana


Um dia descobriremos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem

Você não só não esquece a outra pessoa, como pensa muito mais nela...

Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" , e fazem qualquer homem sofrer...

Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...

Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...

Um dia percebemos que o comum não nos atrai...

Um dia descobriremos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom...

Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que pensa mais um você...

Um dia perceberemos a importância da frase: "tu te tornas eternamente responsável por aquilO que cativas..."

Um dia percebemos que somos muito mais importantes para alguém mas não damos valor a isso...

Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde demais...

Enfim... um dia descobrimos que apesar de viver quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer tudo que tem que ser dito...

O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida, ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...

Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação.


Colaboração da amiga Maria Regina Giraldis Frabetti

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Influência dos números na sua vida

Os números estão a sua volta o tempo todo,
RG, CPF, conta bancária, cartão, senha,
número de telefone, número da casa, chapa do carro, etc..
Embora eles passem despercebidos,
eles fazem parte da sua vida,
para identificar, quantificar, comparar, esclarecer, guiar..
porém eles são muito mais do que isso,
os números possuem vibrações, não só
em quantidade mas também em qualidade.
Pitágoras, filósofo e matemático, foi quem iniciou os estudos dos números.
Para ele tudo que existe no Universo emite uma vibração
que está associada a números.
A numerologia parte do principio de que o homem,
bem como a sua vida,
são regulados pelas leis matemáticas das vibrações do Universo,
que tudo governa e dirige.
Tudo enfim está conectado ou inter-relacionado.
Seu nome, portanto é um mantra, uma invocação, quando
pronunciado são postos em atividades as vibrações nele contido.
No momento do seu nascimento já algo aconteceu na sua vida.
Dar um nome não é apenas definir um ente querido, mas também traçar
pela emissão da palavra seu destino.
Assim, seu nome e a data de seu nascimento compõe um espectro de energias,
um código energético, que, ao ser devidamente traduzido, possibilita
o conhecimento das suas características que definem quem é você
e qual é a sua missão aqui na terra.
Conhecer as influências dos números em sua vida é fundamental
para se obter o auto-conhecimento.

Beth Galiazi