segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo




Ao romper esse novo Ano, não esqueça que
Sonhos possuem asas:
Asas do desejo, Asas da esperança, Asas do amor, Asas da fé.
O ano velho se vai, levando consigo muitas lembranças,
umas tristes, outras alegres...
Mas isso não importa.
O importante é que você chegou até aqui.
O nosso desejo a todos que nos visitaram e prestigiaram,
é que seu Novo Ano seja de Paz,
Amor, Saúde e cheio de realizações.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo - Aumente o Som!!

A Paz

Roupa Nova - A Paz
Nando (versão original: Heal the World - Michael Jackson)

É preciso pensar um pouco nas pessoas que ainda vêm...
nas crianças.
A gente tem que arrumar um jeito de deixar pra eles um
lugar melhor.
Para os nossos filhos e para os filhos de nossos
filhos.
Pense bem!

Deve haver um lugar dentro do seu coração
Onde a paz brilhe mais que uma lembrança
Sem a luz que ela traz já nem se consegue mais
encontrar o caminho da esperança
Sinta, chega o tempo de enxugar o pranto dos homens
Se fazendo irmão, estendendo a mão

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a Terra inteira feliz

Se você for capaz de soltar a sua voz
Ter um mar, como prece de criança
Deve então começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança

Deixo que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão, dividir o pão.

Quanta dor e sofrimento em volta a gente ainda tem,
pra manter a fé e o sonho dos que ainda vêm.
A lição que o futuro vem da alma e do coração,
pra buscar a paz, não olhar pra trás com amor.

Se você começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Nasce no Brasil o Deus Menino


O Receptivo.

Marcello Mendez

As bandeirinhas tão bregas
Acenando a Mãe de Deus
Uma branca e a outra azul
O claro céu com suas nuvens
Ela foi a primeira a comungar
Carregou o corpo do Salvador
Dizia o Hino de louvor
Nosso Senhor no interior de Nossa Senhora
Quanta Santidade na Divindade se procriando
O povo prostrado diante do milagre
Maria esperando seu filho para salvação do mundo
Tirando as gárgulas do portal da terra
Torres do gótico distantes do amor
Aproximando a nave e a cúpula da igreja
Na cópula sagrada com Santo Espírito
Agora posso descansar
Deitar sobre o altar
Meu terço desgastado de entoar mistérios
O Rei é nascido e permanece entre nós
É Deus nascendo da Grande Mãe Aparecida
Como nasce o ramo da videira
Toda forma de vida a vida inteira.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Carta Femina ao Papai Noel

QUERIDO PAPAI NOEL,

Este ano não tenho a menor intenção de ser humilde, pensar no próximo, ser caridosa, etc. Vou pedir sem miséria, estou de saco cheio de ser delicada em meus pedidos e receber migalhas.
Segue minha lista, posso assegurar que muitas de minhas amigas irão gostar, de modo que o senhor pode produzir tudo no atacado para baratear os custos:

- Desejo que não haja limite nos cartões de crédito, e que exista um código especial para fazer compras, de maneira que a fatura seja automaticamente zerada.
- Quero um homem de verdade, Mas, fala sério, Papai Noel, não me traga imitações ! Diga NÃO à pirataria! Chega de genéricos!
- Quero um dispositivo instalado no umbigo que jogue fora toda a gordura consumida, desinflando.
- Quero também um aspirador gigante, com detector de canalhas, de modo que se algum deles se aproximar, seja imediatamente sugado, triturado e reduzido a pó.
- NÃO QUERO ME DEPILAR NUNCA MAIS !!! Ou o senhor faz a moda pedir pernas, axilas, buço e virilha cabeludas, ou suma de vez com todos os pelos indesejados de meu corpo.
- Um chocolate que elimine a celulite e hidrate a pele ao ser ingerido.
- Quero uma manicure e pedicure definitiva, que dure para sempre como se tivesse acabado de fazer.
- Meu marido, noivo, namorado, ou rolo, deve adivinhar todos os meus desejos, e toda vez que se aproximar de mim deve dizer o quanto sou linda, inteligente e especial.
- Que me traga presentes e trate bem minha família, e também adivinhe quando for hora de sumir, quando eu estiver sensível ou com TPM.
- Um presente ideal seria uma gravidez que durasse apenas dois dias e um parto indolor.
- Para o ciclo menstrual, vou ser camarada, pedir que dure 2 horas. Também gostaria de um botãozinho que eu apertasse quando quisesse não estar fértil.
- Quero roupas que sofram uma metamorfose de acordo com as tendências e as estações, com tecidos auto-limpantes e auto-passantes.
- Se um homem se atrever a me trair, ou estiver mentindo, que uma luz vermelha se acenda em seu nariz, como aquela sua rena, e que logo em seguida ele confesse tudo o que fez.
- Em caso da mais remota chance de infidelidade, faça com que ele não consiga uma ereção naquele momento.
- Mas, atenção, não quero uma brochada definitiva, pois também não me seria conveniente.
- Quero uns comprimidos que alterem automaticamente cor, comprimento e textura do cabelo, permitindo os mais variados penteados, que voltarão ao normal no momento em que eu assim desejar.
- Vou pedir novamente um suprimento infinito de sapatos, bolsas, cosméticos e jóias, visto que minha solicitação anterior foi esquecida.
- E quero também um espaço auto-organizante que acomode tudo.
- Também vou pedir DE NOVO: me mande um robozinho que limpe, lave, passe, cozinhe e toque música, que não falte, não peça aumento e não acabe com o sabão em pó em uma semana.
- Bumbum, peitos e coxas, tudo com botõezinhos que inflem e desinflem segundo a ocasião, situação e minhas intenções.
- Que abdominais sejam coisas que possamos comprar prontas, no supermercado.
- Quero 150 de QI e 50 de cintura, NÃO O CONTRÁRIO !!

PAPAI NOEL, MEU FOFO !!!
Espero que não seja muito complicado atender minha listinha.
Nos vemos daqui a alguns dias, mas se conseguir terminar tudo antes, pode entregar antecipado e ficarei imensamente grata.

Desconheço a autoria do texto

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A História do Presépio de Natal





Ao lado do pinheirinho e dos presentes, o presépio é talvez uma das mais antigas formas de caracterização do Natal. A palavra presépio significa “um lugar onde se recolhe o gado; curral, estábulo”. Porém, esta também é a designação dada à representação artística do nascimento do Menino Jesus num estábulo.

Os cristãos já celebravam a memória do nascimento de Jesus desde finais do séc. III, mas a tradição do presépio, na sua forma atual, tem as suas origens no século XVI. Antes dessa época, o nascimento e a adoração ao Menino Jesus eram representadas de outras maneiras. As primeiras imagens do que hoje conhecemos como presépio de natal foram criadas em mosaicos no interior de igrejas e templos no século VI e, no século seguinte, a primeira réplica da gruta no Ocidente foi construída em Roma.

Presépio de Natal: o início da tradição

No ano de 1223, no lugar da tradicional celebração do natal na igreja, São Francisco, tentando reviver a ocasião do nascimento do Menino Jesus, festejou a véspera do Natal com os seus irmãos e cidadãos de Assis na floresta de Greccio. São Francisco começou então a divulgar a idéia de criar figuras em barro que representassem o ambiente do nascimento de Jesus.

De lá pra cá, não há dúvidas que a tradição do presépio natalino se difundiu pelo mundo criando uma ligação com a festa do Natal. Já no século XVIII, a recriação da cena do nascimento de Jesus estava completamente inserida nas tradições de Nápoles e da Península Ibérica.

Neste mesmo século, vindo de Nápoles, o hábito de manter o presépio nas salas dos lares com figuras de barro ou madeira difundiu-se por toda a Europa e de lá chegou ao Brasil. Hoje, nas igrejas e nos lares cristãos de todo o mundo são montados presépios recordando o nascimento do Menino Jesus, com imagens, de madeira, barro ou plástico, em tamanhos diversos.

Atualmente, tradições natalinas antigas como a árvore de natal, o Papai Noel, a ceia de natal, o presépio e as músicas natalinas dão forma à celebração do Natal ao redor do mundo
.

domingo, 16 de dezembro de 2007

MARTE - Regente do Brasil em 2008


Anualmente os estudiosos realizam diversas previsões para o novo ano, usando ferramentas tais como a Astrologia, Numerologia, Cabala. Essas previsões podem ser pessoais ou coletivas, e há os que se aprofundam no estudo do Mapa Astral do Brasil.

A Astrologia requer cálculos matemáticos complexos, usando principalmente logarítimos, e sua interpretação demanda anos de profundos estudos, que não caberiam neste espaço. Simplificando, o Brasil nasceu a 7 de setembro de 1822, às 16:15h, em São Paulo, no dia em que foi proclamada sua Independência como Nação. Analisando-se esses dados, tem como regente Mercúrio, pois seu Sol está em Virgem (ou seja, a data de seu "nascimento", o regente de Virgem é Mercúrio); o ascente em Aquário (o horário de seu "nascimento"); e o Meio do Céu (potencialidades e realizações) em Escorpião. Inicia 2008 com 185 anos e quatro meses de vida como nação.

De posse desses cálculos chega-se à Revolução Solar (usando-se a data e horário de nascimento), ou seja, um novo Mapa Astrológico a partir do Mapa Natal. O ano de 2008 terá como regente o Planeta Marte, que se encontra na cúspide da primeira casa, a casa do Ascendente, ou seja o novo horário de nascimento do Brasil, seu renascimento. Para quem reconhece a Astrologia como Ciência, sabe que as previsões para nosso País também serão coletivamente determinantes aos brasileiros, ou aos estrangeiros que aqui vivem.

Aos gregos e romanos, Marte simbolizava a guerra e o sangue. É o deus da guerra, que só se interessa em satisfazer os seus desejos. Sua origem grega foi na Trácia, região belicosa. Era conhecido como um deus brutal, agressivo e semeador de desentendimentos. Chama-se Ares e só era apreciado em Esparta, onde chegaram a acorrentá-lo em estátua, a fim de que não abandonasse a cidade.

Em Roma Marte teve muito sucesso, o que pode ser explicado pela psicologia do povo, mais agressivo e voltado para as artes guerreiras. Foi considerado pai de Rômulo e Remo. Era protetor agrícola até que se transformou em protetor das conquistas romanas.

Marte golpeava ao acaso, trazia a violência e a carnificina e aparecia sempre acompanhado por seus dois filhos e ajudantes: Fobos, o Medo, e Deimos, o Terror. No entanto, quase sempre perdia suas lutas. Teve vários amores à força, uma vez que, quando era rejeitado, violentava. O mais famoso foi com Vênus, da qual nasceram Eros e Harmonia.

Roma dedicou-lhe o mês de março e celebravam-lhe, nessa época, uma grande festa num altar em Campus Martius, daí derivando a palavra marcial.

Marte representa o arquétipo do guerreirio, o que pode nos assustar num tempo em que a violência perturba a harmonia geral. Corresponde também ao instinto de sobrevivência, aos impuilsos físicos, ao binômio assertividade-agressividade, e à natureza sexual.

Tendo Marte como Regente do Brasil, essas características estarão presentes em nossa vida no novo ano. Integrando-nos no carma coletivo de maneira consciente, temos a oportunidade de observar atentamente nossas potencialidades, atuando com nosso livre arbítrio e fazendo nossas escolhas pessoais.

Como este planeta tem ligação direta com o nosso corpo físico, é bom mantê-lo equilibrado e saudável, realizando muita atividade física para retirar o excesso de energia, e evitando alimentos que “excitem” demais o paladar e o estômago. Procurando entrar em contato com a natureza sempre que possível, para que possamos relaxar. Aproveitar os finais de semana para descansar é fundamental, assim como respeitar as noites de sono! Meditar e sair da agitação do dia-a-dia, garantindo para nós momentos de maior isolamento e de contato conosco mesmos, ajuda a “domar” nosso lado “selvagem” , afastando as atitudes precipitadas e de caráter mais agressivo, para que não cometemos excessos e monitoremos nossa própria impulsividade. No plano sexual, buscarmos ter consciência das nossas necessidades sem nos tornarmos refém do próprio desejo.

Portanto, integrados aos carma coletivo, é hora de observarmos nosso corpo, os níveis de adrenalina e nossas próprias atitudes. Afinal, o livre-arbítrio sempre será a melhor ferramenta contra as tendências astrológicas de ordem mais “negativa”, fazendo nossas escolhas pessoais, nossa razão, e o bom-senso prevalecerem.
Ao Brasil, brasileiros, e estrangeiros que aqui vivem, desejamos que Marte encontre sua Vênus, e dela nasçam Eros e Harmonia.
Para conhecer as previsões de 2008 para o Brasil, veja:

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O Mestre do Amor




- “Vinde possuir o reino que vos foi preparado, porque estive nu e me vestistes” - Jesus (Mateus, 25:31-46).

Nasceu Jesus como todos nós, trazendo no coração seus ensinamentos sintetizados na ciência do existir com amor. Imaginamos que foi acompanhado por uma multidão de Espíritos santificados, com a mensagem de paz e de boa vontade de Deus para com os homens. Formou o seu corpo espiritual com os fluidos mais puros do planeta, desenvolvendo seu corpo físico no ventre de sua mãe. Realizava-se na Terra mais um ato de amor entre um homem e uma mulher, de dois Espíritos iluminados, que tiveram a missão de receber o Cristo de Deus. O seu primeiro ensinamento evidencia-se nas condições precárias do seu nascimento numa estrebaria, onde dóceis animais dividiram o espaço com o arquiteto e governador do planeta. Veio para servir e consolar, amar e reafirmar o amor do Pai pelos filhos da Terra.
Bastou-lhe, inicialmente, uma estrebaria, envolvido por alguns panos simples. Teve como berço uma manjedoura, crescendo entre humildes e deserdados, a fim de reunir e apascentar o rebanho terreno. Seus pais não possuíam recursos para uma estalagem e, como sem-teto que eram, ninguém lhes ofereceu hospedagem. Fora do alcance dos olhos humanos a Terra se iluminou e cânticos suaves tocaram os corações dos que o aguardavam há milênios, cheios de esperança e ansiosos pela própria redenção.
É com tal simplicidade, e de acordo com a realidade do mundo, que imaginamos o seu nascimento, isentando os Evangelhos assinados por Mateus e Lucas, de fábulas e outros prejuízos, como as claras adaptações às profecias do Antigo Testamento.
O ser humano, como as crianças, às vezes tem necessidade de mitificar os acontecimentos, colorindo-os de forma a torná-los atraentes. Os homens precisam, muitas vezes, preencher lacunas imaginárias, para dar credibilidade aos fatos. Acrescentam alguma arte à história, segundo a própria expectativa. Constroem uma moldura para um quadro muito humano – neste caso a de um Espírito, embora da envergadura moral de Jesus, um messias de Deus, nascendo sob o desamparo dos homens. O espírito Jesus jamais desprezaria a oportunidade de mostrar que todos somos iguais perante Deus.
É fato sabido que os escritos evangélicos sofreram alinhamentos, ajustes e acréscimos ao longo dos séculos, pelos tradutores das diversas épocas. Infelizmente ainda se processam alterações nos Evangelhos, com desculpas de modernização e de melhor compreensão. Isto pode ser constatado naqueles dirigidos a escolares de determinadas confissões religiosas, dos quais são suprimidos diversos trechos, justamente aqueles que podem acarretar dúvidas com relação aos dogmas de fé. Tais ações representam atos lesivos ao maior patrimônio de sabedoria espiritual destinado à Humanidade. Jesus veio para nos consolar e testemunhar a verdade – adulterar seus ensinamentos é ato de irrefletida imprudência.
É importante lembrarmos de que somente ele e nenhum homem, Espírito ou instituição, de qualquer posição, pode se colocar como caminho para a nossa redenção, através da verdade libertadora, que nos encaminha para a Vida Maior, após sucessivas e misericordiosas existências carnais. Ele é o pastor das almas que se abrigam na Terra. Em parte somos as ovelhas perdidas de Israel, que o Pai lhe deu para tomar conta. Doou para nós a sua existência, ressurgindo após a cruz sob a luz diáfana do seu corpo espiritual, de fácil percepção nos escritos do Evangelho segundo João.
Nasceu numa região onde, apesar da crença em Deus e dos mandamentos da lei, era comum a escravização, a lapidação e a crucificação dos que infringiam as leis, e não se acreditava firmemente nos poderes do amor e da vida.
O nascimento mitificado de Jesus esteve de acordo com uma época em que a proposta era manter a humanidade no reino dos mistérios, dos milagres e da fé inquestionável, tendo o sexo como pecado. Tal mistificação foi uma forma de manter o homem no reino da ignorância, impedindo-o de crescer através do uso da própria razão – tal fenômeno ainda ocorre em nosso país, através de uma mídia televisiva sem compromisso com o verdadeiro Cristianismo.
Felizmente tudo isso está sendo superado, apesar da teimosia humana, relutante ao entendimento de que o nosso reino não é deste mundo, onde tudo é efêmero e simples aprendizado. Lentamente, com surpresas e conflitos dolorosos, o homem vai aprendendo a amar, sublimando-se espiritualmente, buscando no amor ao próximo o apoio imprescindível para a sobrevivência moral e suporte para as provas terrenas. Devagar vamos discernindo que o nosso Consolador só pode ser encontrado no coração da caridade – onde existem muitos pequeninos abandonados, de todas as idades e condições.
Fundamentados na realidade do mundo, muito melhor hoje do que há dois mil anos, em que mortes e perseguições deviam ocorrer sem maiores justificativas, podemos imaginar um carpinteiro humilde, com algumas ferramentas, em serviço itinerante, trabalhando pela sua família na obtenção do pão de cada dia. Acompanhado de Maria, e possivelmente de outros filhos, sem recursos recorreu a uma estrebaria, para que Maria tivesse um mínimo de privacidade, e algum conforto para o pequeno. É uma cena real cheia de vibrações amorosas, mas não isenta de ansiedades, tendo como cenário a natureza, para recepcionar o Cristo Planetário.
Podemos imaginar uma família de catadores de papelão, com uma carrocinha e um cachorro, com a mulher grávida, atravessando a cidade, pronta para trazer à luz mais uma criança ao mundo. Existem hoje maternidades e recursos médicos para acompanhar o nascimento dessas crianças. Tais famílias, porém, se abrigam como podem em lares precários, mas não ausentes do amor possível.
Longe de tais reflexões desmerecerem a grandeza sublime do Mestre, exaltam a sublimidade de sua missão junto aos pequeninos da Terra.
Isto responde àqueles que colocam como desculpa de sua descrença em Deus, no fato de haver no mundo tanta miséria, injustiça, sofrimento e desamparo – reflexos quase sempre do egoísmo humano. Ignoram que a misericórdia divina nos proporciona as provas de que precisamos para a própria redenção e crescimento espiritual, sem que as condições de nascimento e de pobreza impeçam as nossas realizações, mormente aquelas que estejam de acordo com os planos divinos.
Jesus veio para realizar seu batismo de fogo, mergulhando de corpo e alma em nosso planeta, a fim de o ensinar o necessário para a nossa redenção. Sem nada possuir de bens terrenos, mostrou que nos basta o amor para algo doarmos ao próximo. Boas palavras, entendimento, afeto, simpatia, mansidão, tolerância, amor, pureza, honestidade, bênçãos e paciência nada custam materialmente – e qualquer proteção, fruto do altruísmo, pode custar quase nada. Como nos mostra Emmanuel, pelo menos no início de sua vida terrena, o Mestre foi um sem-teto. Apesar de toda riqueza atual, muitos sem-teto percorrem nossas ruas, sem nenhuma proteção. Eles também gostam de comemorar o Natal comendo, bebendo e se alegrando, solidários e fraternos.
Nós estaremos reunidos em torno de uma mesa, mais ou menos farta, de acordo com o gosto e as posses de cada um. Poderíamos nesse dia orar, agradecidos a Deus e a Jesus, por todo amor com que vêm cuidando de nós. Nada custa pedirmos pelos pequeninos do mundo - os da infância desamparada - e por todos os que teimam em viver longe das leis do amor. Imploremos por nós mesmos, filhos das mulheres de Jerusalém, a fim de que nossas lágrimas se transformem em lágrimas de caridade e de amor pela verdade. Agradeçamos pelas graças do Pai, que nos prepara para possuirmos o reino dos céus, onde a fraternidade e o amor são ocorrências naturais.
Poderíamos doar o mesmo valor que estaremos gastando no Natal com presentes, comidas e bebidas para orfanatos, asilos e outras casas de caridade – ou simplesmente colaborando com as festas dos sem-teto. Entre eles há muitos pequeninos, e podem ter chegado, como missionários de Jesus, para impulsionarem a renovação moral do planeta, completando a transformação para um mundo melhor.Lembremo-nos do ensinamento do Mestre, que solicita nosso esforço para entrarmos pela porta estreita da vida, antes que o Pai de família a feche. Corremos o risco de ficarmos do lado de fora se não acordarmos de nosso sono letárgico de privilegiados do mundo. De nada nos adiantará depois batermos à porta, pedindo para entrar, se não tivermos aprendido com o nosso Mestre sobre o amor que nos une a Deus e ao próximo.
Texto: Adonis J.Soraggi

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Como atrair seus sonhos neste Natal

Por mais que o bom velhinho traga, em seu saco vermelho, nossos sonhos e presentes, é a árvore de Natal montada em nossa sala, com seu brilho, cor e presentes, que nos faz lembrar todos os dias do simbolismo desta época.


O pinheiro é a única árvore no branco inverno europeu que permanece verde, representando a esperança de uma nova vida em todos os momentos e situações.

Os enfeites da árvore representam os frutos da nossa vida. As velas e estrelas representam a luz que ilumina nossos caminhos.

Enquanto o dia 25 de dezembro não chega, vamos depositando nossos sonhos, projetos e presentes que queremos ganhar na árvore de Natal. Ela é o símbolo e o elo entre nós e nossos sonhos. Por isso, é muito importante que esta árvore esteja num local de visibilidade.
Ver todos os dias a árvore ajuda a mentalizar e a atrair nossos presentes. Só falta um detalhe para completar com sucesso a Lei de Atração: visualizar o que deseja ganhar.
Não seja econômico. Pense grande. Pense alto. O céu é o limite.

Faça uma lista de desejos de tudo o que quer ganhar e realizar em 2008.
Com a lista pronta, coloque estes desejos na árvore. Todos os dias, ao ver sua árvore, você estará visualizando e atraindo os desejos. Veja duas formas bem simples para colocar estes presentes na árvore:
Por escrito:- Escreva o que deseja em pedaços de cartolinas retangulares 12x6cm. Use caneta preta grossa. A cartolina pode ser vermelha ou laranja (cores do sucesso) ou ainda amarela (cor da prosperidade). Pendure estes pedaços de cartolinas nos galhos da árvore com uma fita ou fio vermelho.
Imagens:- Selecione fotos ou imagens do que deseja ganhar. Coloque estas imagens em cartolinas coloridas e pendure na árvore, conforme acima

Cada pessoa da casa deve colocar seus sonhos e presentes de forma individual. No dia 6 de janeiro, quando for desmontar a árvore, guarde todos os pedidos em uma caixa vermelha. Só os tire da caixa quando eles se tornarem realidade.

Extraído do texto de Franco Guizzetti, Redação do Terra: http://www.terra.com.br/

Mamãe Noel



Sabe por que Papai Noel não existe? Porque é homem. Dá para acreditar que um homem vai se preocupar em escolher o presente de cada pessoa da família, ele que nem compra as próprias meias? Que vai carregar nas costas um saco pesadíssimo, ele que reclama até para colocar o lixo no corredor? Que toparia usar vermelho dos pés à cabeça, ele que só abandonou o marrom depois que conheceu o azul-marinho? Que andaria num trenó puxado por renas, sem ar-condicionado, direção hidráulica e air-bag? Que pagaria o mico de descer por uma chaminé para receber em troca o sorriso das criancinhas? Ele não faria isso nem pelo sorriso da Luana Piovani! Mamãe Noel, sim, existe.

Quem é a melhor amiga do Molocoton, quem sabe a diferença entre a Mulan e a Esmeralda, quem conhece o nome de todas as Chiquititas, quem merecia ser sócia-majoritária da Superfestas? Não é o bom velhinho.

Quem coloca guirlandas nas portas, velas perfumadas nos castiçais, arranjos e flores vermelhas pela casa? Quem monta a árvore de Natal, harmonizando bolas, anjos, fitas e luzinhas, e deixando tudo combinando com o sofá e os tapetes? E quem desmonta essa parafernália toda no dia 6 de janeiro?

Papai Noel ainda está de ressaca no Dia de Reis. Quem enche a geladeira de cerveja, coca-cola e champanhe? Quem providencia o peru, o arroz à grega, o sarrabulho, as castanhas, o musse de atum, as lentilhas, os guardanapinhos decorados, os cálices lavadinhos, a toalha bem passada e ainda lembra de deixar algum disco meloso à mão?

Quem lembra de dar uma lembrancinha para o zelador, o porteiro, o carteiro, o entregador de jornal, o cabeleireiro, a diarista? Quem compra o presente do amigo-secreto do escritório do Papai Noel? Deveria ser o próprio, tão magnânimo, mas ele não tem tempo para essas coisas. Anda muito requisitado como garoto-propaganda.

Enquanto Papai Noel distribui beijos e pirulitos, bem acomodado em seu trono no shopping, quem entra em todas as lojas, pesquisa todos os preços, carrega sacolas, confere listas, lembra da sogra, do sogro, dos cunhados, dos irmãos, entra no cheque especial, deixa o carro no sol e chega em casa sofrendo porque comprou os mesmos presentes do ano passado?

Por trás do protagonista desse megaevento chamado Natal existe alguém em quem todos deveriam acreditar mais.

Texto: Martha Medeiros, dezembro de 1998

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A Árvore de Natal



Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período. Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta. Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.




Fonte: www.suapesquisa.com.br

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

História do Papai Noel




Papai Noel: um dos mais importantes símbolos do Natal

Papai Noel : origem e tradição

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.
Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.
A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.
Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom. Porém, em 1881, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o bom velhinho com uma roupa, também de inverno, nas cores vermelha e branca (as cores do refrigerante) e com um garro vermelho com pompom branco. A campanha publicitária fez um grande sucesso e a nova imagem do Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo.
Atualmente, a figura do Papai Noel está presente na vida das crianças de todo mundo, principalmente durantes as festas natalinas. É o bom velhinho de barbas brancas e roupa vermelha que, na véspera do Natal, traz presentes para as crianças que foram obedientes e se comportaram bem durante o ano. Ele habita o Pólo Norte e, com seu trenó, puxado por renas, traz a alegria para as famílias durante as festas natalinas. Como dizem: Natal sem Papai Noel não é mesma coisa.
Fonte: www.suapesquisa.com

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Natal?



Natal é festa de criança! Cheio de luzes, de cantos, de dança, de muita comida, de encontro... Vamos aprofundar hoje a importância da festa do Natal para a comunidade cristã.
Antes de tudo é preciso saber que a festa do Natal começou a ser celebrada pelas comunidades cristãs depois do século IV. Quando o cristianismo entra em contato com a cultura e a religião romanas encontra aí uma festa religiosa para o "Sol Invicto", que era celebrada no dia 25 de dezembro. Os cristãos, ao lerem os profetas encontravam textos que falavam da "luz radiante que brilhará nas trevas", "luz do alto céu que nos veio iluminar". Não foi difícil associar e substituir a festa do Sol pela comemoração do nascimento de Jesus. Daí em diante, todos os anos, havia uma festa grande chamada Natal.
Muito mais tarde é que associam o símbolo do pinheiro e da estrela à festa do Natal. Hoje, infelizmente, a mídia usa o Natal para vender, vender, vender. Não se imagina uma festa de Natal sem um presente. Até São Nicolau, o bom velhinho, vai sendo utilizado sempre mais para despertar a fantasia das crianças. As comunidades cristãs devem estar atentas para não entrarem na dança simbólica do comércio e revestir os locais da celebração com os mesmos símbolos que não significam nada mais, a não ser vender algum produto.
Podemos nos perguntar porque é importante celebrar o nascimento de Jesus. Vejam bem, alguns escritores dos Evangelhos criaram relatos para falar do nascimento do filho de Deus, porque todo grande personagem devia haver nascido de uma família importante. Jesus é filho de Maria e José, da descendência de Davi, aquele rei famoso. Lucas e Mateus se preocupam com este detalhe no seu Evangelho. Claro que eles não estavam lá para contemplar as cenas que narram. É um relato pedagógico, para alimentar e fortalecer a fé das comunidades a quem os Evangelhos foram escritos.
No século XII há um fato que dá novo impulso à festa do Natal. São Francisco de Assis faz uma experiência mística do nascimento de Jesus. Ele então organiza, pela primeira vez, a reconstituição do nascimento de Jesus conforme a narração dos Evangelhos. Nasceu o presépio! Daí em diante, os povos cristãos de todas as culturas repetem a cada ano este fato. O importante é perceber que no presépio está simbolizado toda a ação da encarnação do Filho de Deus em nossa história.
A tradição religiosa de vários povos foi incorporando várias outras manifestações para festejar o nascimento do Menino Deus. No Brasil temos, por herança dos evangelizadores e colonizadores, as "pastorinhas", os "reisados", que a cada ano, por ocasião do Natal, promovem momentos belíssimos de danças, festas populares. Temos muito que aprender com este povo simples que celebra com sua simplicidade a festa do Natal.
O Natal se estende, como festa, até a Epifania (festa da manifestação de Jesus ao mundo!). Os reis do oriente representam toda a humanidade que reconhece, adora e oferece presente ao Filho de Deus. São presentes simbólicos: ouro (Jesus é rei), incenso (Jesus é divino) e mirra (Jesus é humano). O presente que somos chamados a ofertar hoje em dia é o nosso coração convertido, preocupado com os meninos e meninas que sofrem para sobreviver. Não podemos celebrar plenamente o Natal de Jesus enquanto convivemos com crianças abandonadas nas ruas, sendo espancadas dentro de casa, sofrendo violência sexual, sendo obrigadas ao trabalho escravo e à mão-de-obra barata em todo o mundo.

texto:Eliomar Ribeiro

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

As Profissões de Minha Mãe

Natal, mês de festas, mas também de saudades dos que se foram.
O texto é em homenagem à minha, à sua, à nossa mãe, presente ou ausente.

Minha mãe foi, com certeza, a mulher que mais profissões exerceu em toda sua longa vida, sem ter sequer concluído o curso fundamental. Tudo que ela aprendeu foi nas primeiras quatro séries que cursou, quando criança.
Contudo, era de uma sabedoria sem par.

Descobri que minha mãe era uma decoradora de grandes qualidades, à medida que eu crescia e observava que ela sempre tinha um local no melhor móvel da casa, para as pequenas coisas que fazíamos na escola, meu irmão e eu. Em nossa casa, nunca faltou espaço para colocar os quadrinhos, os desenhos, os nossos ensaios de escultura em barro tosco. Tudo, tudo ganhava um espaço privilegiado. E tudo ficava lindo, no lugar que ela colocava.

Descobri que minha mãe era uma diplomata formada na melhor escola do mundo (nosso lar), todas as vezes que ela resolvia os pequenos conflitos entre meu irmão e eu. Fosse a disputa pela bicicleta, pela bola, pelo último bocado de torta, de forma elegantemente diplomática ela conseguia resolver. E a solução, embora pudesse não agradar os dois, era sempre a mais viável, correta, honesta e ponderada.
Descobri que minha mãe era uma escritora de raro dom quando eu precisava colocar no papel as idéias desencontradas de minha cabecinha infantil. Ela me fazia dizer em voz alta as minhas idéias e depois ia me auxiliando a juntar as sílabas, compor as palavras, as frases, para que a redação saísse a contento.
Descobri que minha mãe era enfermeira com menção honrosa toda vez que meu irmão e eu nos machucávamos. Ela lavava os joelhos ralados, as feridas abertas no roçar do arame farpado, no cair do muro, no estatelar-se no asfalto. Depois passava o produto anti-séptico e sabia exatamente quando devia usar somente um pequeno Band-aid, o curativo ou a faixa de gaze, o esparadrapo.
Descobri que minha mãe cursara a mais famosa faculdade de psicologia, quando ela conseguia, apenas com um olhar, descobrir a arte que tínhamos acabado de aprontar, o vaso que tínhamos quebrado. E, depois, na adolescência, o namoro desatado, a frustração de um passeio que não deu certo, um desentendimento na escola. Era uma analista perfeita. Sabia sentar-se e ouvir, ouvir e ouvir. Depois, buscava nos conduzir para um estado de espírito melhor, propondo algo que nos recompusesse o íntimo e refizesse o ânimo.
Era também pós-graduada em teologia. Sua ciência a respeito de Deus transcendia o conteúdo dos alguns livros existentes no mundo. O seu era o ensino que nos mostrava a gota a cair da folha verde na manhã orvalhada e reconhecer no cristal puro a presença de Deus. Que nos apontava a fúria do temporal e dizia: "Deus vela. Não se preocupem." Que nos alertava a não arrancar as flores das campinas porque estávamos pisando no jardim de Deus. Um jardim que ele nos cedera para nosso lazer, e que devíamos preservar.
Ah, sim. Ela era uma ecologista nata. E plantava flores e vegetais com o mesmo amor. Quando colhia as verduras para as nossas refeições, dizia: "não vamos recolher tudo. Deixemos um pouco para os passarinhos. Eles alegram o nosso dia e merecem o seu salário." Também deixava uns morangos vermelhinhos bem à mostra no canteiro exuberante, para que eles pudessem saboreá-los. Era sua forma de manifestar sua gratidão a Deus pelos seus cuidados: alimentando as suas criaturinhas.
Minha mãe, além de tudo, foi motorista particular, não se cansava de ir e vir várias vezes de casa para escola, para a biblioteca, para o dentista, para o médico, para o teatro e de volta para casa. Também foi exímia cozinheira, arrumadeira, passadeira, babá.
E tudo isto em tempo integral. Como ela conseguia, eu não sei. Somente sei que agora ela está na espiritualidade. E Deus, como recompensa, por tantas profissões desempenhadas na terra, lhe deu uma missão muito, muito especial: a de anjo guardião dos filhos que ficaram na bendita escola terrena.

Texto: Equipe de Redação do site http://www.momento.com.br/.
Ilustração: José Lanzellotti

sábado, 1 de dezembro de 2007

Metade


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade não sei

Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é a canção

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também

Texto:Oswaldo Montenegro

sexta-feira, 30 de novembro de 2007



MEU PRESENTE DE NATAL

Meu presente de Natal
é tão belo e diferente ,
que jamais se encontrará
em lojas que vendem presentes.

Ele é fácil de fazer
e não precisa dinheiro ,
é uma árvore de Natal
com presentes verdadeiros.

Na ponteira tem uma estrela
que brilha mais do que ouro,
é a estrela da AMIZADE
presente maior que tesouro.

Minha árvore é toda enfeitada
com os mais belos sentimentos,
que transformam nossas vidas
nos mais puros e belos momentos.

Festões dourados de AMOR
que com o CARINHO e a BONDADE misturados,
dão um toque de suavidade
aos nossos sonhos e anseios ,
de PAZ para a humanidade !




(Florzinha)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Ihas Desconhecidas



Daqui a 2 dias chega o mês de Natal, depois as sonhadas férias de verão. Muito apropriado o texto do CONTARDO CALLIGARIS, a seguir:

O amor e a viagem nos fazem descobrir que há algo, em nós, que não conhecíamos até então.
Quando era criança, um senhor canadense, Mr. Evans, foi contratado por meus pais para "treinar" meu inglês. O método de Mr. Evans consistia em narrar grandes eventos da História (com H maiúsculo) como se ele tivesse sido uma testemunha ocular. Conseqüência: há detalhes íntimos de várias cenas famosas que não sei mais se são fatos ou fantasias de Mr. Evans.
Uma fonte de inspiração de Mr. Evans era a expedição de Lewis e Clark, que, entre 1804 e 1806, abriu o caminho do Oeste americano. Segundo Mr. Evans, em 7 de abril de 1805, deixando Fort Mandan para se aventurar no território desconhecido das grandes planícies, Lewis, pensativo, teria dito a George Gibson (o melhor atirador da expedição): "New land, George" (uma nova terra, George).
Nunca pude confirmar a veracidade da dita conversa. Mas essa frase, aparentemente trivial, foi incorporada no meu léxico familiar. A cada vez que, numa viagem de férias, saíamos do país, meu irmão e eu não parávamos de repetir: "New land, George". Ainda hoje, quando chego num lugar desconhecido, penso em Lewis e Gibson.
Mais tarde, meu irmão e eu passamos a usar a mesma expressão quando - numa festa, por exemplo - avistávamos mulheres que despertavam nosso interesse. Um dos dois, invariavelmente, levantava a mão espalmada, como se quisesse proteger os olhos do sol, e dizia: "New land, George".
Na literatura, não é raro que um corpo amado e desejado seja comparado à paisagem de terras incógnitas. John Donne, num de seus mais lindos poemas (do século 17), chamou sua amada de "minha América, minha terra recém-descoberta". De fato, há mesmo uma relação entre o amor e a verdadeira viagem. Vamos ver qual.
De vez em quando, tenho vontade de viajar.
O que chamo de viajar não tem muito a ver com viagens de férias.
Tampouco significa necessariamente desbravar terras virgens.
Encontrei a melhor definição do que é viajar numa maravilhosa e breve fábula de José Saramago, que acaba de ser publicada, "O Conto da Ilha Desconhecida" (Companhia das Letras). O protagonista explica assim seu desejo: "Quero encontrar a ilha desconhecida. Quero saber quem eu sou quando nela estiver".
Viajar é isto: deslocar-se para um lugar onde possamos descobrir que há, em nós, algo que não conhecíamos até então.
Sem estragar o prazer dos leitores, só direi que, no fim da fábula de Saramago, talvez o protagonista não encontre sua ilha, mas ele encontra uma mulher. A moral da história é incerta, entre duas leituras opostas.
Primeira leitura: quem casa não viaja (a não ser de férias); casar-se é desistir de viajar. É o que pensam, com freqüência, homens e mulheres casados. E é também o que os leva, às vezes, a se separarem. Quando achamos que o outro nos impede de viajar, ou seja, que ele nos priva da aventura de descobrir o que poderia haver de diferente em nós, o casal se torna nosso inimigo. Claro, na maioria dos casos, acusamos o casal de uma inércia que é só nossa.
Exemplo: anos atrás, na França, um amigo se interessava pelas pessoas que desaparecem sem razão aparente e refazem sua vida alhures, sob outro nome, como se tivessem sido vítimas de uma amnésia repentina. Em todos os casos em que meu amigo conseguira entrevistar esses "desaparecidos", os mesmos constatavam que, depois de seu sumiço, em poucos anos, eles tinham reconstruído uma situação de vida parecida com aquela que tinha motivado sua fuga.
Segunda leitura: o protagonista descobre que a mulher ao seu lado é a própria ilha desconhecida que ele procurava e que a verdadeira viagem é o encontro com um outro amado. Faz todo sentido, pois o amor e a viagem, em princípio, têm isto em comum: ambos nos fazem descobrir em nós algo que não estava lá antes.
O outro amado nos transforma. Tanto quanto a chegada numa terra incógnita, ele nos revela algo inesperado em nós. Por isso, aliás, o viajante e o amante podem esbarrar em problemas análogos: às vezes, ao sermos transformados pela viagem ou pelo amor, não gostamos do que encontramos, não gostamos dos efeitos em nós do amor ou da viagem.
Essa é, em geral, a única razão séria para se separar ou para voltar da viagem. Moral dessa coluna (e talvez da fábula de Saramago): os outros não são nenhum inferno, são uma viagem.
Agora, para amar, como para viajar, é preciso ter determinação e coragem

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O Alecrim

Há dias em que se tem a impressão de se estar dentro de um espesso nevoeiro. Tudo parece monótono e difícil, e o coração fica triste. É a noite escura da alma.Era meu aniversário e justamente um destes dias estranhos, quando uma voz interior me disse:

- "Você precisa tomar chá de alecrim".
Fui ao jardim, e lá estava nosso viçoso pé de alecrim. Interessante é que quase todos que visitam nossos jardins demonstram afeição e respeito pelo alecrim. Confesso que nunca liguei muito para ele.
Mas, naquele dia, com toda reverência, colhi alguns ramos, preparei um chá e o servi em uma linda xícara. O aroma era muito agradável e, a cada gole que bebia, senti a mente ir clareando. Uma sensação de bem-estar e alegria foi se espalhando pelo corpo e senti enorme felicidade no coração.Fiquei muito impressionada com a capacidade dessa planta transmitir alegria.Aliás, o nome alecrim já lembra alegria.
Resolvi pesquisar a respeito e - veja só que maravilha!

O alecrim - Rosmarinos officinalis, planta nativa da região mediterrânea - foi muito apreciado na Idade Média e no Renascimento, aparecendo em várias fórmulas, inclusive a "Água da Rainha da Hungria", famosa solução rejuvenescedora. Elizabeth da Hungria recebeu, aos 72 anos, a receita de um anjo (um monge?) quando estava paralítica e sofria de gota.Com o uso do preparado, recobrou a saúde, a beleza e a alegria.O rei da Polônia chegou a pedi-la em casamento!
Madame de Sévigné recomendava água de alecrim contra a tristeza, para recuperar a alegria. Rudolf Steiner afirmava que o alecrim é, acima de tudo, uma planta calorífera que fortalece o centro vital e age em todo o organismo.
Além disso, equilibra a temperatura do sangue e, através dele, de todo o corpo. Por isso é recomendado contra anemia, menstruação insuficiente e problemas de irrigação sangüínea. Também atua no fígado. E uma melhor irrigação dos órgãos estimula o metabolismo.
O alecrim é digestivo e sudorífero.
Ajuda a assimilação do açúcar (no diabetes) e é indicado para recompor o sistema nervoso após uma longa atividade intelectual.
É recomendado para a queda de cabelo, caspa, cuidados com a pele, lesões e queimaduras; para curar resfriados e bronquites, para cansaço mental e estafa; ainda para perda de memória, aumentando a capacidade de aprendizado.

Existe uma graciosa lenda a respeito do alecrim:
Quando Maria fugiu para o Egito, levando no colo o menino Jesus, as flores do caminho iam se abrindo à medida que a sagrada família passava por elas.
O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice.
O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu lamentando não poder agradar o menino.
Cansada, Maria parou à beira do rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupinhas. Em seguida, olhou a seu redor, procurando um lugar para estendê-las.
"O lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais".
Colocou-as então sobre o alecrim e ele suspirou de alegria, agradeceu de coração a nova oportunidade e as sustentou ao sol durante toda a manhã.
"Obrigada, gentil alecrim" - disse Maria."Daqui por diante ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando. E não apenas flores te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus, serão aromáticos. Eu abençôo folha, caule e flor, que a partir deste instante terão aroma de santidade e emanarão alegria."

(Colaboração da amiga Beatriz Shimba, que desconhece o Autor)

domingo, 25 de novembro de 2007

Origem da Mulher



Existem várias lendas sobre a origem da Mulher.
Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira mulher. E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e agüentar o seu mau humor enquanto ele convalescia da operação.
Uma variante desta lenda diz que Deus, com seu prazo para a criação estourado, fez o homem às pressas, pensando "Depois eu melhoro", e mais tarde, com o tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou mulher, que significa "melhor" em aramaico.
Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para não jogar barro fora.
Em certas tribos nômades do Médio Oriente ainda se acredita que a mulher foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu Mestre de todas as maneiras foi se transformando até adquirir sua forma atual.
No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono.
E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos classificados, podendo-se escolher idade, cor da pele e tipo de massagem.
Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica.
Hoje se sabe que o Homem é o produto de um processo evolutivo que começou com a primeira ameba a sair do mar primevo, e é descendente direto de uma linha específica de primatas, tendo passado por várias fases até atingir o seu estágio atual - e aí encontrar a Mulher, que ninguém ainda sabe de onde veio.
É certamente ridículo pensar que as mulheres também descendem de macacos. A minha mãe, não!
Mas de onde veio a primeira mulher, já que podemos descartar tanto a evolução quanto as fantasias religiosas e mitológicas sobre a criação?
Inclino-me para a tese da origem extraterrena. A mulher viria (isto é pura especulação, claro) de outro planeta.
Venho observando-as durante anos - inclusive casei com uma, para poder estudá-las mais de perto – e julgo ter colecionado provas irrefutáveis de que elas não são deste mundo.
Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e volta e meia são surpreendidas em devaneio, como que captando ordens de outra galáxia, embora disfarcem e digam que só estavam pensando no jantar.
Têm uma lógica completamente diferente da nossa.
Ultimamente, têm tentado dissimular sua peculiaridade, assumindo atitudes masculinas e fazendo coisas - como dirigir grandes empresas e xingar a mãe do motorista ao lado - impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a suspeita de que se trata de uma estratégia para camuflar nossas diferenças, que estavam começando a dar na vista.
Quando comentamos o fato, nos acusam de ser machistas, presos preconceitos e incapazes de reconhecer seus direitos, ou então roçam a nossa nuca com o nariz, dizendo coisas como "ioink, ioink" que nos deixam arrepiados e sem argumentos.
Claramente combinaram isto.
Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra. É o que fazem quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás para ouvir.
Muitas vezes, mesmo na nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem, obviamente um código para transmitir instruções recebidas do Planeta Mãe.
E têm seus golpes baixos. Seus truques covardes. Seus olhos laser, claros ou profundamente escuros, suas bocas.
Meu Deus, algumas até têm sardas no nariz!
Seus seios, aqueles mísseis inteligentes.
Aquela curva suave da coxa quando está chegando no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso!
E as armas químicas - perfumes, loções, cremes. São de uma civilização superior, o que podem nossos tacapes contra os seus exércitos de encantos?
Breve dominarão o mundo. Breve saberemos o que elas querem. E se depois de sair este artigo eu for encontrado morto com sinais de ter sido carinhosamente asfixiado, com um sorriso, minha tese estará certa...


Luis Fernando Veríssimo

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

I Surrender

Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa a acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser burra, incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades.
Uma das mentiras: É a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante.

É muito simples: não podemos.
Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante .
Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova?
Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos.
Ah, quanta mentira!
Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não à que faz de conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo. No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.
Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade. Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida.
Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro.
Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro.
É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour.
Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.
Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.
Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo.
E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver . Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão.
Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu diria. Parabéns para quem consegue fingir tudo isso....

by Danuza Leão

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Série Mulheres Motáveis: ARACY MOEBIOS DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA

Há 40 anos, em 19/11/1967, falecia um dos grandes nome da nossa literatura, JOÃO GUIMARÃES ROSA.

Erudito, imortal da Academia Brasileira de Letras, sua mais famosa Obra, "Grande Sertão: Veredas", escrito em 1951, foi dedicada à segunda esposa, ARACY MOEBIOS DE CARVALHO DE GUIMARÃES ROSA, ou simplesmente Ara.
Pouco se conhece de ARACY, que preferiu viver no anonimato depois do falecimento do marido. Atualmente com 99 anos de idade, sua vida se torna pública pelos feitos em pról da humanidade, sua luta contra o nazismo e na época da ditadura militar do Brasil. O texto abaixo, inspirado no artigo "Uma certa Aracy", de René Daniel Decol, publicado na Revista Gol (de bordo), de agosto 2007, conta um pouco de sua história.

Uma certa Aracy
Ela era paranaense e foi morar com uma tia na Alemanha, após a sua separação matrimonial.
Por dominar o idioma alemão, o inglês e o francês, fácil lhe foi conseguir uma nomeação para o consulado brasileiro em Hamburgo.
Acabou sendo encarregada da seção de vistos.
No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a célebre circular secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país. É aí que se revela o coração humanitário de Aracy.
Resolveu ignorar a circular que proibia a concessão de vistos a judeus.
Por sua conta e risco, à revelia das ordens do Itamaraty, continuou a preparar os processos de vistos a judeus.
Como despachava com o cônsul geral, ela colocava os vistos entre a papelada para as assinaturas. Quantas vidas terá salvo das garras nazistas?
Quantos descendentes de judeus andarão pelo nosso país, na atualidade, desconhecedores de que devem sua vida a essa extraordinária mulher?
Cônsul adjunto à época, seu futuro segundo marido, João Guimarães Rosa, não era responsável pelos vistos. Mas sabia o que ela fazia, e a apoiava.
Em Israel, no Museu do Holocausto, há uma placa em homenagem a essa excepcional brasileira. Fica no bosque que tem o nome de Jardim dos Justos entre as Nações.
Seu nome consta da relação de 18 diplomatas que ajudaram a salvar judeus, durante a Segunda Guerra. Aracy de Carvalho Guimarães Rosa é a única mulher nesta lista.
Mas seu denodo, sua coragem não pararam aí.
Na vigência do infausto AI 5, já no Brasil, numa reunião de intelectuais e artistas, soube que um compositor era procurado pela ditadura militar.
Dispôs-se a ajudá-lo, dando abrigo, além dele, a outros perseguidos pela ditadura. Com muita coragem, diga-se de passagem.
Reservada, Aracy enviuvou em 1967 e jamais voltou a se casar.
Recusou-se a viver da glória de ter sido a mulher de um dos maiores escritores de todos os tempos. Em verdade, ela tem suas próprias realizações para celebrar.
Hoje, aos 99 anos, pouco se recorda desse passado, cheio de coragem, aventura, determinação, romance, literatura e solidariedade.
Mas a sua história, os seus feitos merecem ser lidos por todos, ensinados nas escolas.
Nossas crianças, os cidadãos do Brasil necessitam de tais modelos para os dias que vivemos.
Aracy desafiou o nazismo, o Estado Novo de Getúlio Vargas e a Ditadura Militar dos anos 60. Uma mulher que merece nossas homenagens.
Uma brasileira de valor. Uma verdadeira cidadã do mundo.
Uma mulher fascinante, corajosa, moderna, humanista, que lutou contra tudo o que é de mais perverso e castrador, o Nazismo na Alemanha, a Ditadura no Brasil, com raça e destemor, uma mulher que deveria ter seu nome entre os "heróis" dos nossos livros de História, e até mesmo (por que não?) figurar como nome de rua ou de escolas, esta mulher quando é lembrada, é citada apenas como a esposa do grande escritor Guimarães Rosa.
Como denominar tal "ato-falho"? Machismo descarado!
Ou alguém teria outra teoria para esse tão dissimulado esquecimento.
Faço um pedido a homens e mulheres inteligentes e com senso de justiça para divulgar esse fato aos mais novos a fim de que essa história tão bonita não acabe navegando pelo mar da obliteração.

Alívio da TPM traz Felicidade

É chegada a hora de colocar a síndrome mais temida pelas mulheres – e pelos homens - no divã. Segundo a literatura médica e científica, existe mais de 150 sintomas físicos e emocionais diferentes relacionados com o período que anuncia a chegada da menstruação da mulher. A tão falada tensão pré-menstrual ou TPM é freqüentemente associada com problemas de humor, ansiedade, depressão, irritabilidade e nervosismo, mas a análise desses sintomas emocionais merece uma reflexão abrangente e aprofundada.
Durante os mais de 40 anos da minha carreira em que pude atender mais de cinco mil mulheres com idades e perfis dos mais variados, foi possível perceber que o grau de maturidade pode influenciar – direta ou indiretamente – a resposta das mulheres a TPM que se manifesta de formas e intensidades diferentes. Para exemplificar, as mulheres com perfil mais imaturo e egoísta tendem a ter reações de natureza agressiva e se sentem mais facilmente irritadas e impacientes. Elas costumam reagir com muita revolta quando contrariadas e isso acontece desde a adolescência, quando se mostram inconformadas com a condição feminina de sentir cólica ou outras dores, além do aparecimento de espinhas no rosto. Por isso, a tendência é que elas tenham crises de TPM mais freqüentes e intensas pois são menos tolerantes aos desconfortos causados pelas mudanças hormonais. Já as mulheres com perfil mais maduro e que são geralmente fáceis de lidar apresentam normalmente outros sintomas. Elas sofrem mais com depressão, angústia, desânimo e retraimento social.
Outro aspecto é que, em ambos os casos, a intensidade da TPM está relacionada à interferência das variações hormonais no funcionamento da serotonina, neurotransmissor cerebral responsável pelas sensações de prazer. Os baixos níveis dessa substância estão associados à depressão, ansiedade, tensão e ao aumento do consumo de carboidratos, especialmente o chocolate. Esses casos são comuns após os 30 anos de idade, justamente na fase da vida em que a mulher passa a ter ainda mais responsabilidades, acumulando as tarefas de casa e do trabalho. É quando ela precisa aprender a desempenhar, ao mesmo diferente, os diferentes papéis de mulher, profissional, mãe e tantos outros.
Para aliviar esses sintomas da TPM existem alternativas como meditação, massagens, acupuntura, prática de exercícios físicos e a mudança na alimentação, além do uso de medicamentos modernos como o anticoncepcional de baixa dose. Mas o que pouca gente sabe é que a manifestação mais intensa da TPM é conhecida e estudada pela medicina como Síndrome Disfórica Pré-Menstrual (SDPM). O termo “disforia” significa tristeza ou infelicidade e se refere ao mal-estar físico acompanhado por sentimentos depressivos, irritabilidade e pessimismo.
Estudos revelam que a média de duração dos sintomas da TPM severa é de 5-6 dias ao mês, o que corresponde ao total de oito anos – ou 20% do tempo - durante toda a vida reprodutiva da mulher. Os estudos também mostram que, em pelo menos 10% das mulheres adultas, a TPM é uma das principais causas de sintomas depressivos e comportamentos anti-sociais, o que representa uma fonte de sofrimento para milhares de pessoas (não só a mulher, mas também o parceiro, os colegas de trabalho e os familiares que convivem com ela).
E podemos ir mais além. Muitas vezes, o mal-estar ocasionado pelas mudanças hormonais femininas gera angústia e conflitos que podem, inclusive, interferir no processo de evolução na direção da maturidade e equilíbrio pessoal. Ela se pergunta: quem sou eu? Eu sou essa pessoa da TPM ou aquela do resto do mês? Essa dificuldade de formar juízo sobre si mesma acontece porque os sintomas da TPM somam-se a outros conflitos internos de natureza social ou emocional.
Sem dúvida, a TPM diminui o tempo de ser feliz pois, uma vez que a mulher não se sente bem com ela mesma, transforma esse tempo em períodos de implicância, irritação e problemas em suas relações interpessoais mais íntimas. Por tudo isso, é cada vez mais importante que o tema seja tratado de maneira séria e responsável, afinal, a mulher sem TPM é mais feliz!

Texto: Flavio Gikovate (médico e psicoterapeuta, com artigos publicados no Brasil e no exterior)

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Aonde andará meu Doutor

Hoje , acordei sentindo uma dorzinha...
Aquela dor sem explicação
e uma palpitação!
Resolvi procurar um doutor...
Fui divagando pelo caminho...
Lembrei daquele médico que me atendia
vestido de branco e que para mim
tinha um pouco de pai,
de amigo e de anjo...

Meu doutor, que curava a minha dor!
Não apenas a do meu corpo,
mas a da minha alma...
Que me transmitia paz e calma...
Chegando à recepção do consultório,
fui atendida com uma pergunta:
"Qual o seu plano? O meu plano“ Ahhh!
O meu plano é viver mais e feliz!
É dar sorrisos, aquecer os que sentem frio
e preencher esse vazio que sinto agora!
Mas, a resposta teria que ser outra!
O "meu plano de saúde"...
Apresentei o documento do dito cujo,
já meio suado tanto quanto o meu bolso...
E aguardei

Quando fui chamada, corri apressada...
Ia ser atendida pelo doutor,
ele que cura qualquer tipo de dor!
Entrei e o olhei...
Me surpreendi...
Rosto trancado, triste e cansado."
Será que ele estava adoentado?
É, quem sabe, talvez gripado!"
Não tinha um semblante alegre,
provavelmente devido a febre...

Dei um sorriso meio de lado
e um bom dia!
Olhei o ambiente bem decorado.
Sobre a mesa à sua frente um computador
e no seu semblante a sua dor...
O que fizeram com o doutor?
Quando ouvi a sua voz de repente:
"O que a senhora sente?"

Como eu gostaria de saber o que ele estava sentindo...
Parecia mais doente do que eu a paciente...
"Eu? Ah! Sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação"
e esperei a sua reação.
Vai me examinar, escutar a minha voz
e auscultar o meu coração

Para a minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse:
- "Peça autorização desses exames para conseguir a realização..."
Quando li quase morri...
"Tomografia computadorizada",
"Ressonância magnética"e "Cintilografia"!
Ai meu Deus! Que agonia!!!
Eu só conhecia uma tal de "abreugrafia"...
Só sabia o que era "ressonar" (dormir),
de "magnético" eu conhecia um olhar...
e "cintilar" só o das estrelas!
Estaria eu a beira da morte?
De ir para o céu?
Iria morrer assim ao léu?

Naquele instante timidamente pensei em falar
"Não terá o senhor uma amostra grátis de
calor humano para aquecer esse meu frio?
O que fazer com essa sensação de vazio?
Me observe doutor!
O tal "Pai da Medicina", o grego Hipócrates
acreditava que,
"A ARTE DA MEDICINA ESTÁ EM OBSERVAR".
Olhe pra mim...

É bem verdade que o juramento dele está
ultrapassado!
Médico não é sacerdote...
Tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano...
Mas, por favor me olhe!
Ouça a minha história!
Preciso que o senhor me escute e ausculte!
Me examine!

Estou sentindo falta de dizer até "aquele 33"!
Não me abandone assim de uma vez!
Procure os sinais da minha doença
e cultive a minha esperança!
Alimente a minha mente e o meu coração...
Me dê ao menos uma explicação!
O senhor não se informou se eu ando descalça...
Ando sim!
Gosto de pisar na areia e seguir em frente
deixando as minhas pegadas pelas estradas da vida,
estarei errada?

Ou estarei com o verme do amarelão?
Existirá umas gotinhas de solução?
Será que já existe vacina contra o tédio?
Ou não terá remédio?
Que falta o senhor me faz, meu antigo doutor!
Cadê o scoot, aquele da emulsão?
Que tinha um gosto horrível mas me deixava forte que nem um "Sansão"!
E o elixir?
Paregórico e categórico

E o chazinho de cidreira, que me deixava a sorrir sem tonteiras?
Será que pensei asneiras?
Ahhh! Meu querido e adoentado doutor!
Sinto saudade...
Dos seus ouvidos para me escutar...
Das suas mãos para me examinar...
Do seu olhar compreensivo e amigo...
Do seu pensar
Do seu sorriso que aliviava a minha dor...
Que me dava forças para lutar contra a doença...
E que estimulava a minha saúde e a minha crença...
Sairei daqui para um ataúde?
Preciso viver e ter saúde!
Por favor me ajude!

Ohhh! Meu Deus,
cuide do meu médico e de mim,
caso contrário chegaremos ao fim...
Porque da consulta só restou uma requisição digitada em um computador
e o olhar vago e cansado do doutor!
Precisamos urgente
dos nossos médicos amigos...
A medicina agoniza...
Ouço até os seus gemidos...

Por favor!
Tragam de volta o meu doutor!
Estamos todos doentes e sentindo dor!
E Peço!!!
PARA O SER HUMANO
UMA RECEITA DE "CALOR“
E PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA
UMA PRESCRIÇÃO DE "AMOR"!


“ONDE ANDARÁ O MEU DOUTOR?”
(desconheço o Autor)
Imagem: Galeno e Hipócrates