terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Deusa Lakshmi


Lakshmi é uma Deusa Indiana consorte Vishnu, um Deus Protetor, que é muito amada por seu povo. Foi ela que deu a Indra, o Rei dos Deuses, o soma (ou sangue do conhecimento) do seu próprio corpo para que ele produzisse a ilusão do parto e se tornasse o Rei dos Devas.

A Deusa Lakshmi significa "boa sorte" para os hindus. A palavra "Lakhsmi" é derivada da palavra "Laksya" do sânscrito, significando o "alvo", o "objetivo".

UM POUCO DE HISTÓRIA...

A mitologia dos Deuses hindus é uma das mais ricas do mundo. A natureza complexa dos Grandes Deuses como Brahma, o Criador, Vishnu, o Protetor, e Shiva, o Destruidor e suas consortes, está representada em muitos mitos cheios de ação, aventura e romance. Esses mitos materializam o espírito sutil e generoso do próprio hinduismo.

Existem grande quantidade de textos hindus que elogiam os Deuses,e alguns deles, como o Rig Veda, são muito extensos.

A Índia é um país muito grande, com uma vasta população de mais de um bilhão de pessoas, onde se fala 745 línguas distintas. Em torno de 80 porcento de sua população é hindu. O hinduismo como religião parece ter suas primeiras raízes na civilização do vale Indus (2500 a 1500 a. C.), que já adorava Shiva, o Deus da Criação e Destruição, e Devi, a Grande Deusa. Esses Grandes Deuses logo se fusionaram com os Deuses Vedas dos arios, que invadiram a índia em torno de 1200 a. C.

Os primeiros mitos hindus foram escritos em textos religiosos como o Rig Veda em torno de 1200 a. C., e as histórias continuaram desenvolvendo-se durante 2000 anos.

A crença da reencarnação está presente na concepção do hinduismo. Cada ser vivo possui uma alma que experimenta o que denomina de "samsara", ciclo que ocorre através de muitas formas corporais. O samsara dita um ritmo de nascimentos e mortes que podem repetir-se de forma indefinida. A lei do "karma" (em sânscrito "feito") dita os feitos de uma vida e determinam o caráter da próxima. Uma vida de honra aos Deuses, poderá ser recompensada na próxima reencarnação. Assim como o homem se conduz, assim será conduzido: aquele que sempre fizer o bem, não precisa ter medo do mal, pois através de suas boas obras poderá se converter em um homem santo.

O hinduismo dá maior ênfase a riqueza espiritual do que a material.

REENCARNAÇÕES DA DEUSA

A Deusa-Mãe Lakshmi é consultada pela população hindu, buscando algum tipo de riqueza. Há oito modalidades de se adorar Lakshmi, levando em conta o resultado desejado. A imagem abaixo também ilustra as oito reencarnações da Deusa Lakshmi:

* Santhana lakshmi - Ela protege toda a Riqueza da Família, principalmente as crianças.
* Gaja laksmi - Ela surge como Rainha Universal com seus dois elefantes que atendem todas as preces e orações..
* Aishwarya lakshmi - Só Ela encerra a totalidade do conhecimento, tanto material quanto espiritual.
* Dhanya lakshmi - É Ela que alimenta o mundo nos concedendo a Riqueza da boa colheita dos grãos.
* Adhi lakshmi - Ela é a Mãe Divina e fonte de todo o poder de Vishnu.
* Vijaya lakshmi - É Ela que nos concede a vitória sobre obstáculos e problemas (vitória tb, no trabalho e aspectos legais)
* Dhana lakshmi - Ela é a doadora do todo tipo de riqueza
* Veera lakhsmi ou Dhairyalakshmi - É Ela que nos dá força e coragem para enfrentarmos qualquer sacrifício.


Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Chegou a Primavera


***Homenagem a Primavera***


Lá vem ela
Pelas praças e jardins
Sorridente e bela
A primavera

Com as chuvas criadeiras
Resplandecendo nos canteiros
Alegrando as brincadeiras
Florescendo nos outeiros

Sua brisa já posso sentir
O aroma que trás lembrança
Perfume que envolve a alma
No colorido que da esperança

Estação que alegra os olhos
Estação que embeleza a terra
Estação que acalanta e revela
E inspira a escrita dos poetas

É tempo de ver as “borboletas”
É tempo de ouvir passarinhos
É tempo de luz que revela
A beleza da Primavera

***Cláudia Liz***

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PANELAÇO



Bachelard observou que “a lembrança pura não tem data. Tem uma estação. É a estação que constitui a marca fundamental das lembranças. Que sol ou que vento fazia nesse dia memorável?”
Compreendi as palavras de Bachelard ao me lembrar daquele dia memorável, que não pode ser esquecido. Era o fim de tarde, quando a luz do dia que se vai se mistura com o escuro da noite que chega e tudo fica indefinido. A indefinição ficava mais indefinida ainda pela chuva fina que começava a cair.
Foi então que aconteceu: um barulho surdo, metálico, sem melodia e sem ritmo, começou a subir das ruas, dos apartamentos, dos escritórios, barulho que não combinava com o momento... Fiquei assustado porque não tinha na minha memória registro de qualquer barulho urbano que se assemelhasse àquele que enchia a tarde-noite de São Paulo. Eu estava no quinto andar. Tomei o elevador para o térreo. Queria saber o que estava acontecendo. Quando, no térreo, saí à rua, os rostos sorridentes dos motoristas de táxi me fizeram lembrar. Os motoristas cansados, ao fim do dia, usam as buzinas para exprimir sua irritação. E eles estavam buzinando sem parar, mas sem que houvesse nenhuma razão de tráfego para tal. Suas buzinas não eram irritadas. Buzinavam e sorriam. Parecia que estavam felizes. Aí me lembrei e entendi. Olhei para cima e vi de onde vinha o barulho metálico: as janelas e varandas dos apartamentos estavam cheias de pessoas que batiam panelas com colheres. O barulho era ensurdecedor e lindo, musicalmente... Aquele barulho era o canto de um povo. A chuva caia um pouco mais forte, mas as pessoas que andavam pelas ruas não demonstravam contrariedade. Elas sorriam com a água a lhes escorrer pelo rosto. Era o panelaço: uma cidade sem armas que buzinava e batia tampas e panelas para derrotar um exército armado, à semelhança do ocorrido na cidade de Jericó cujas muralhas caíram pelo som das trombetas.Chorei e me disse: “É muito bonito! Uma estória para ser contada e repetida! As crianças precisam saber...” E foi ali que se formou na minha imaginação a estória que escrevi O flautista mágico .No artigo “Os Pássaros”, dirigido às crianças, publicado no dia 21.07.09 nessa sessão, eu sugeri que, olhando para nossos sólidos representantes no congresso, um escorando o outro, fica claro que a maioria deles não está disposta a trocar seu menu de costeletas, lombos e lingüiças por uma modesta dieta vegetariana de alface e cenoura... Numa alusão ao filme do Hitchcock, eu disse que era preciso chamar os pássaros... Eles só sairão do castelo de impunidade onde se encontram se os pássaros os obrigarem.Pássaros fomos nós, naquela tarde do panelaço contra a ditadura. Pássaros poderemos ser nós, agora...Recebi agora, via internet, a convocação dos pássaros, um manifesto do qual vou citar alguns trechos.“Esta é a hora: 7 de setembro às 17 horas! (...) No dia 7 de setembro às 17 horas vamos paralisar o Brasil. Às 17 horas vamos promover um panelaço! Exija que as redes de televisão, rádios, jornais, revistas e o político de sua confiança divulguem esse movimento. Mobilize sua escola, seu sindicato, sua igreja, seus amigos. No dia 7 de setembro, às 17 horas, estenda na janela uma bandeira, uma toalha, um pano qualquer! Bata panelas! Toque cornetas! Se você estiver no carro, buzine! Vamos fazer a nação tremer por um minuto!” As hienas e os gambás fugirão dos pássaros!Eu vou buzinar, vou tocar sino, vou bater tampa e panela, estender bandeira, tocar a Nona Sinfonia... Ninguém poderá dizer que eu morri sem espernear...
CHEGOU A HORA
Autor do texto: Rubens Alves
Imagem da NET

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Woodstock 40 anos





O festival woodstock completou neste último sábado (15/08) 40 anos de muita história.
O festival de música de Woodstock aconteceu no interior dos Estados Unidos em 1969 e é até hoje considerado o maior evento musical de todos os tempos.
Ao contrário do que muitos pensam, o festival não aconteceu na cidade de nome Woodstock, e sim em Bethel, que ficava a uma hora e meia de distância.
Milhares de pessoas se reuniram em uma fazenda “Max Yasgur” para celebrar o festival com “sexo, drogas e rock n´roll” “paz e amor” ao som de Jimi Hendrix e outros astros da música.



Domingo, 17 de agosto de 1969. O sol já baixava sobre a fazenda de Max Yasgur em Bethel, Nova York, quando Jimi Hendrix subiu ao palco, encarregado de encerrar o Woodstock, maior festival de rock da história. Pouco antes do fim do show, durante a faixa "Purple Haze" - que faz alusão ao consumo de LSD -, o guitarrista fez sinal para que a banda parasse de tocar e o deixasse a sós com sua guitarra e seu público. Em poucas notas, fez cair o queixo do mundo. Ligou a distorção no limite do suportável e dedilhou os primeiros acordes do hino nacional norte-americano, rasgado por berros de guitarra, tão distorcidos que lembravam o som de bombas, metralhadoras, gritos; guerra. Hendrix manchou a bandeira dos Estados Unidos de sangue sem dizer uma palavra.(Gabriel Rocha Gaspar)



Ninguém tinha mais de 30 anos entre os 400 mil jovens que acamparam durante três dias, comendo, bebendo, dormindo e fazendo amor ao ar livre. E fumando maconha.

Quem esteve em Woodstock de 15 a 17 de agosto de 1969 afirma que foi a maior manifestação de paz de todos os tempos. Para as más línguas, a descontração foi resultado do enorme consumo de drogas praticado durante o evento pelos jovens representantes da "geração das flores".

O que estava planejado era algo totalmente diferente. Os quatro jovens de Bethel, no estado de Nova York, que alugaram para o festival de rock ao ar livre a propriedade rural de Max Yasgur, de 250 hectares, contavam com no máximo uns 80 mil hippies.

Mas, ainda antes de a festa começar, não parava de chegar gente para ouvir The Who, Jimmy Hendrix, Joan Baez, Crosby, Stills & Nash, Jefferson Airplane e muitos outros mais que haviam confirmado presença. Logo foi preciso desmontar as cercas da fazenda, o que ocorreu com toda a calma, porque o pessoal não era de arruaça.

Max Yasgur não cabia em si de contentamento: "Sou um simples camponês. Não sei como falar para tanta gente. Esta é a maior multidão que já se reuniu num lugar. Mas acho que vocês provaram uma coisa para o mundo: que é possível que meio milhão de pessoas se reúnam para ouvir música e se divertir durante três dias — só música e divertimento". (Jens Thurau)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

PASSAGEIROS E TRIPULANTES


Durante minha vida como executivo enfrentei milhares de reuniões de todo tipo.
No começo da carreira, jovem e inexperiente, eu admirava a habilidade com que aqueles altos executivos tomavam decisões. Que beleza! Será que um dia eu seria como eles?

E a cada convocação para uma reunião eu ficava orgulhoso. Pô, eu fazia
parte do esquema!
Com o tempo fui reparando que a maioria das reuniões era confusa, sem um
objetivo claro. Uma perda de tempo. E um dia virei chefe e passei a
ter a responsabilidade por convocar e conduzir reuniões. Foi então que
refinei minha capacidade de reparar no espírito de participação das
pessoas, em quem falava mais, quem estava bem humorado, quem atuava
ativamente. A atitude de cada um era o que me interessava. Aprecio gente
que opina, que defende seus pontos de vista, ao contrário daqueles que
entram mudos e saem calados, ou os que enfadonhamente estampam no
rosto o suplício de ter que participar de uma reunião. Com o tempo aprendi
a não convocar os que apenas contemplavam, os negativos, os
enfadados, que ficavam felizes por serem excluídos daquelas "roubadas".
Mas o que a princípio pareceu-lhes um alívio - ser poupados
daquelas "reuniões chatas" - logo tornou-se motivo de preocupação. Não
participando, os contempladores ficaram de fora das tomadas de
decisão. Deixaram de fazer parte do grupo que definia os caminhos. Alguns
nem perceberam, mas dali a deixar de fazer parte da equipe era
questão de tempo.
Passei então a utilizar um mote com minha turma:
- Em minha equipe não quero vagão. Quero locomotiva. Gente que tem que ser
puxada não me interessa. Se eu tiver que repreender alguém, que
seja por algo que fez e não pelo que deixou de fazer.
No começo as pessoas pareciam não entender. Eu acenava para elas com uma
coisa chamada "liberdade", à qual elas não estavam acostumadas. Os
mais velhos tinham medo. Os mais novos tinham dúvidas. Alguns não
perceberam que aquela "liberdade" era irmã siamesa da "responsabilidade" e
botaram os pés pelas mãos. Outros souberam aproveitar a oportunidade e
alçaram vôo, para minha satisfação.
E aos poucos a equipe foi depurada até ter uma maioria capaz de entender
seu papel como agente ativo e compreender o impacto e influência de
suas atitudes no grupo. Foi então que as reuniões ficaram rápidas e
objetivas. Não raro, desnecessárias.

Moral da história: navegamos pela vida como que num cruzeiro a bordo de um
navio enorme e divertido. Dentro dele existem milhares de
passageiros e centenas de tripulantes. Os passageiros tomam sol,
divertem-se, descansam e contemplam. Acordam tarde, vão para a piscina,
fazem compras no shopping, dançam nos bailes e jantam com o comandante.
Passageiros exigem bom tratamento, reclamam da bebida quente, da
comida demorada e da toalha que não está sequinha.
É muito bom ser passageiro!

Mas quem define para onde, como e quando o navio vai, são os tripulantes.

Texto de Luciano Pires,
Gravura de Theodoro de Bry, 1.592, "Dança dos Tupinambás".

sexta-feira, 26 de junho de 2009

MIchael Jackson


Desde ontém várias gerações lamentam a perda de MIchael Jackson. Estou entre essa legião de fãs.
Foi-se embora o jovem infeliz e polêmico, de quem a família exigiu o máximo de suas forças para a escalada social. Só uma pessoa extremamente sensível poderia cantar, dançar e compor músicas como magistral e insuperavelmente Michael o fez. "Thriller", seu álbum de 1982, foi o dividor de águas da música pop. "Dangerous", de 1991, não superou a marca de mais de 100 milhões de discos vendidos, mas é um álbum de músicas belíssimas, "Heal the World" é um exemplo.
A Michael, nossas homenagens, vocêfez um mundo melhor!


CURE O MUNDO
E eu sei que é amor
E esse lugar poderia ser
Muito mais brilhante que amanhã
E se você realmente tentar
Verá que não tem motivos pra chorar
Nesse lugar você vai sentir
Que não há dor ou mágoa
Tem jeitos de chegar la
Se você se importa o suficiente com os vivos
Abra um espaço
Faça um lugar melhor
salve o planeta
Faça dele um lugar melhor
Pra você e eu
E toda a raça humana
Tem pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com os vivos
Faça do mundo um lugar melhor
Para você e para mim
Se você quer saber porque
Tem amor que não mente
O amor é forte
Só se importa com coisas alegres
Se tentarmos, vamos ver
Na graça, não podemos sentir
Medo ou pavor
Nós paramos de existir e começamos a viver
Parece que sempre
O amor é suficiente pra nós crescermos
Então faça um mundo melhor
Faça um lugar melhor
Cure o mundo
Faça dele um lugar melhor
Pra você e eu
E toda a raça humana
Tem pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com os vivos
Faça do mundo um lugar melhor
Para você e para mim
Vai brilhar novamente com graça
Então porque continuamos estrangulando a vida
Machucando a terra, crucificando sua alma
Apesar de ser fácil de ver
Esse mundo é divino
Seja o brilho de Deus
Nós podiamos voar tão alto
Nunca deixar nossos espiritos morrerem
Em meu coração, sinto que somos todos irmãos
Crie um mundo sem medo
Juntos choramos lagrimas de felicidade
Veja as nações transformarem suas espadas em semeadores
Nós podemos chegar lá
Se você se importasse o suficiente com os vivos
Abra um espaço
Pra fazer um lugar melhor
Faça dele um lugar melhor
Pra você e eu
E toda a raça humana
Tem pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com os vivos
Faça do mundo um lugar melhor
Para você e para mim
Tem pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com os vivos
Faça do mundo um lugar melhor
Para você e para mim
Para você e para mim

HEAL THE WORLD

There's a place in your heart
And I know that it is love
And this place could be much
Brighter than tomorrow
And if you really try
You'll find there's no need to cryIn this place you'll feel
There's no hurt or sorrow
There are ways to get there
If you care enough for the living
Make a little space
Make a better place ...
Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make it a better place
For you and for me
If you want to know why
There's love that cannot lie
Love is strong
It only cares of joyful giving
If we try we shall seeIn this bliss we cannot feel
Fear od dreadWe stop existing and start living
Then it feels that always
Love's enough for us growing
So make a better world
Make a better world ...
Heal the worldMake it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dyingIf you care enough for the living
Make a better place for you and for me
And the dream we were conceived in
Will reveal a joyful face
And the world we once believed in
Will shine again in grace
Then why do we keep strangling life
Wound this earth, crucify its soul
Though it's plain to see
This world is heavenly
Be god's glow
We could fly so high
Let our spirits never die
In my heart
I feel you are all my brothers
Create a world with no fear
Together we cry happy tears
See the nations turn their swords into plowshares
We could really get there
If you cared enough for the living
Make a little space
To make a better place ...
Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place for you and for me...
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place for you and for me...
You and for me ...

domingo, 21 de junho de 2009

QUANDO ESTÁ FRIO


Hoje começa o inverno no hemisfério Sul. De forma geral, apesar das Estações não estarem muito definidas nos últimos anos, o outono é a estação que as plantas escolhem para interromper seu período produtivo. A partir daí, o metabolismo fica mais lento e o crescimento desacelera, para florescer novamente na primavera.
Inverno: na mitologia grega, Zeus ordenou que Perséfone, sua filha com Deméter, ficasse seis meses com sua mãe e seis meses com Hades, o deus da escuridão. Deméter teria se entristecido, e por causa desses períodos em que ficaria longe de sua filha, teria se originado o outono e o inverno.
Nada como um poema de Alberto CAieiro, hetenômino de Fernando Pessoa, para descrever as sensações desta estação que se inciou hoje, às 02:45.

Quando está frio no tempo do frio, para mim é como se estivesse agradável, Porque para o meu ser adequado à existência das cousas
O natural é o agradável só por ser natural.

Aceito as dificuldades da vida porque são o destino,
Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno —
Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita,
E encontra uma alegria no fato de aceitar —
No fato sublimemente científico e difícil de aceitar o natural inevitável.

Que são para mim as doenças que tenho e o mal que me acontece
Senão o Inverno da minha pessoa e da minha vida?
O Inverno irregular, cujas leis de aparecimento desconheço,
Mas que existe para mim em virtude da mesma fatalidade sublime,
Da mesma inevitável exterioridade a mim,
Que o calor da terra no alto do Verão
E o frio da terra no cimo do Inverno.

Aceito por personalidade.
Nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos,
Mas nunca ao erro de querer compreender demais,
Nunca ao erro de querer compreender só corri a inteligência,
Nunca ao defeito de exigir do Mundo
Que fosse qualquer cousa que não fosse o Mundo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Deixando de lado os medos e traumas, vale uma reflexão voltada exclusivamente para viver.

A morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim.

Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada. Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim.

Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje.
Texto: Adriano Silva, em 04/06/2009, Revista Exame

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Namorado

Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

Texto: Artur da Távola

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Viver Despenteada...


Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie, por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade… O mundo é louco, definitivamente louco…
O que é gostoso, engorda.
O que é lindo, custa caro.

O sol que ilumina o teu rosto, enruga.

E o que é realmente bom dessa vida, despenteia…
- Fazer amor, despenteia.

- Rir às gargalhadas, despenteia.

- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.

- Beijar a pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.

- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível…

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado…
mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.
É a lei da vida: sempre vai mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa.

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável, toda arrumada por dentro e por fora, o aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:
Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça, coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria…
Mas o que realmente importa é que, ao me olhar no espelho, veja a mulher que quero ser.

Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:
Entregue-se, coma coisas gostosas, beije, abrace, dance, apaixone-se, relaxe, viaje, pule,
corra, voe, cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável, admire a paisagem, viva, e acima de tudo, deixa a vida te despentear!!!
O pior que pode acontecer é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo...


Desconheço a autoria do texto, recebido por e-mail.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Mulher Madura


A MULHER MADURA não PEGA, ela TOCA.
A MULHER MADURA não come, ela se ALIMENTA.
A MULHER MADURA não provoca, ela já é PROVOCANTE.
A MULHER MADURA não é inteligente, ela é SÁBIA.
A MULHER MADURA não se insinua, ela mostra o CAMINHO sutilmente.
A MULHER MADURA não se precipita, ela espera o MOMENTO CERTO.
A MULHER MADURA não nada, ela NAVEGA.
A MULHER MADURA não voa, ela FLUTUA.
A MULHER MADURA não pensa em quantidade, ela prefere QUALIDADE.
A MULHER MADURA não vê, ela OBSERVA.
A MULHER MADURA não anda, ela CAMINHA.
A MULHER MADURA não deita, ela ADORMECE.
A MULHER MADURA não é pretensiosa, ela simplesmente se GOSTA.
A MULHER MADURA não julga, ela ANALISA.
A MULHER MADURA não compara, ela ASSIMILA.
A MULHER MADURA não consola, ela ACALENTA.
A MULHER MADURA não acorda, ela DESPERTA.
A MULHER MADURA não coloca algemas, ela os deixa LIVRE.
A MULHER MADURA não enfeitiça, ela ENCANTA.
A MULHER MADURA não é decidida, ela apenas sabe O QUE QUER.
A MULHER MADURA não é exigente, ela é SELETIVA.
A MULHER MADURA não se sente velha, ela se considera EXPERIENTE.
A MULHER MADURA não se lamenta, ela tenta fazer DIFERENTE.
A MULHER MADURA não tem medo, ela tem RECEIOS.
A MULHER MADURA não faz juras, ela deixa por conta do TEMPO.
A MULHER MADURA não tira conclusões, ela faz SUPOSIÇÕES.
A MULHER MADURA “não desce do salto”, ela tem “JOGO DE CINTURA”.
A MULHER MADURA não brilha, ela é ILUMINADA.
A MULHER MADURA não dá tchau, ela ACENA.
A MULHER MADURA não gosta de ser vigiada, ela prefere ser ESCOLTADA.
A MULHER MADURA não é moderna, ela é ELEGANTE.
A MULHER MADURA não quer ser cobiçada, ela prefere ser DESEJADA.
A MULHER MADURA não possui sombras, ela tem AURA.
A MULHER MADURA não adivinha, ela tem PERCEPÇÃO.
A MULHER MADURA não faz sexo, ela é mestre na ARTE DE AMAR.
A MULHER MADURA não fica, ela se ENVOLVE.
A MULHER MADURA não é fácil, ela é FLEXÍVEL.
A MULHER MADURA não manda, ela ADMINISTRA.
A MULHER MADURA não aflora, ela é um constante FLORESCER.
Enfim, a MULHER MADURA é um conjunto de todas as belezas possíveis.

MULHER sensível, mas ao mesmo tempo uma verdadeira guerreira, é forte, mas é feminina, porém, muitos não possuem sensibilidade para perceber tal beleza, mas aqueles que descobrem... preferem morrer nos braços dessa tal mulher, que não é DOCE, mas que, simplesmente é puro MEL.
(Vanessa Pena)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

CLARICE LISPECTOR


"Não pense que a pessoa tem tanta força assim, a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro...há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo.
Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu...Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força.
Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma".
Texto: Clarice Lispector
Imagem: NET

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mães são Anjos


Todos sabemos que datas comemorativas - Natal, dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das Mães - foram instituídas pelo comércio, para acelerar as vendas. Nestas épocas de crise financeira mundial, ajudam a manter a economia e o emprego.
Todavia, os críticos esquecem ou desconhecem um detalhe fundamental: a energia planetária de AMOR, nesses períodos, vibram com mais intensidade, as pessoas sentem-se ser humano melhor presenteando, oferecendo naquele pacote ou naquela flor parcela intensa de seu amor pelo outro.
E existe Amor maior do que o que da mãe por seu filho? A recíproca nunca é verdadeira, mas no segundo domingo do mês, e nos dias que antecedem o dia das Mães, todos nós queremos de alguma forma agradecer esse AMOR, com uma prece para aqueles mães e avós que já partiram; um telefonema para as que estão distantes; uma flor, um pacote, um abraço para aqueles que ainda estão entre nós.
E como bem traduz Silvana Duboc nesse texto, Mães são Anjos:

Dizem que anjos vivem no céu
e que na terra só existem pessoas,
algumas ruins, outras boas.
Afirmo, no entanto,
que somente metade dos anjos
vive junto do sol e próximos da lua.

Tais anjos são as mães,
como a sua, que partiram...
para do alto iluminar
a vida de seus filhos...
que, de perto,
não puderam acompanhar.

A outra metade dos anjos vive em terra firme,
sem asas nem auréola,
disfarçados em meio a multidão
e seu órgão principal é o coração.
Tanto os anjos que partiram
quanto os que vivem aqui
têm um nome que eu escolhi: MÃE!

E, também, decidi
que mães podem errar...
às vezes, fraquejar...
Por que, enquanto humanas,
nunca serão a imagem da perfeição.

E por isso eu dei à elas, então,
o melhor tipo de coração.
Ele é elástico,
ama igualmente quantos filhos tiver.
É feito de aço e agüenta o que vier.
Dói sem sangrar
e não tem limites para se doar.

Possui uma capacidade de recuperação
que supera com rapidez qualquer tipo de situação.
Escolhi que o coração das mães
nunca seria juiz, jurado, delegado.
Jamais imporiam penas,
seus filhos sempre seriam perdoados.
Escolhi que isso seria um legado.

Mães seriam a salvação do mundo
quando tudo estivesse destroçado.
Finalmente, em todas as mães
eu coloquei tudo
que na minha mãe eu encontrei!

E hoje eu vejo por aí uma constelação,
uma incrível imensidão de Isabelas e Silvanas,
Mirians e Rosanas, Lídias e Lucianas,
Maria e Marianas, Claudias e Anas...
Elas se tornaram
a imagem da Minha Mãe.

Fiz um molde tão perfeito,
uma obra tão especial
que me dou o direito de agradecer
em nome dos anjos
a nossa mãe original - MARIA.

Eu fiz o molde, mas foi MARIA
que a milhares de anjos ensinou
o tanto que me amou!
Feliz dia das Mães!!!
Feliz dia dos Anjos!!!


quinta-feira, 7 de maio de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Continuando de bem com a vida

sábado, 2 de maio de 2009

De bem com a vida


A felicidade é mesmo um estado mágico e duradouro, como sempre ensinaram? Melhor não contar com isso. Aprenda a apreciá-la em doses mínimas e nas alegrias de pequeno porte.
A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida. Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo.
Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.
Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem(mulher) que nos faz sonhar, uma amiga(o) que nos faz rir... São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem -alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.
'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', diz Fabiana, também adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.'
Elis conta que cresceu esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos'. Agora, viajando com freqüência por causa de seu trabalho, ela descobriu que dá pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto -sinto um bem-estar indescritível'.
Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes'. Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.
Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'.
Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem(mulher) que me mereça' -tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje.
Esperar o príncipe(princesa) encantado, por exemplo -tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes(princesas).
Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigas(os). E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades. Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos.
Que digam. Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.

Texto: Leila Ferreira, desconheço a fonte.

Carinhosamente enviado pela minha amiga "Luz, Céu e Mar", Lucimar Ferreira, uma pessoa incrível que conheci na NET, e que está sempre de bem com a vida.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Susan Boyle

Impossível não se emocionar.
Susan Boyle, uma desempregada de 47 anos que vive na Inglaterra, foi tentar realizar o sonho de ser cantora no show de TV "Britain´s Got Talent" - a versão inglesa dos programas "American Idol" e "Ídolos".


Antes de se apresentar, a mulher - que foge aos padrões de beleza e mocidade vistos no show - enfrentou zombarias do público e do júri - entre eles, o apresentador Simon Cowell, o jurado mais mordaz do "American Idol".

A candidata escolheu a música "I dream a dream", do musical "Os Miseráveis" e deixou a platéia boquiaberta com a sua bela voz.

Sua apresentação, divulgada na internet, já foi vista por mais de 4 milhões de pessoas pelo mundo. Confira no vídeo abaixo.

Doidas e Santas

Es"Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa". 

São versos de Adélia Prado. Mas vamos lá. Prá começo de conversa, não acredito que haja uma única mulher no mundo que seja santa. Os marmanjos devem estar de cabelo em pé: como assim, e a minha mãe? 
Nem ela, caríssimos, nem ela.
Existe mulher cansada, que é outra coisa. Ela deu tanto azar em suas relações que desanimou. Ela ficou tão sem dinheiro de uns tempos pra cá que deixou de ter vaidade. Ela perdeu tanto a fé em dias melhores que passou a se contentar com dias medíocres. Guardou sua loucura em alguma gaveta e nem lembra mais.
Santa mesmo, só Nossa Senhora, mas cá entre nós, não é uma doideira o modo como ela engravidou? (não se escandalize, não me mande e-mails, estou brin-can-do).
Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar "the big one", aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?
Mas além disso temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio-pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar uma cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha...
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora.
E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada?
Você vai concordar comigo...

Texto: Martha Medeiros
Inagem: óleo sobre tela de Gustav Klimt, "As três idades da Mulher", 1905


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dentro e Fora

POR FORA
TENHO TANTOS ANOS
QUE VOCÊ NEM ACREDITA
POR DENTRO,
DOZE OU MENOS,
E ME ACHO MAIS BONITA .

POR FORA ÓCULOS,
ALGUMAS RUGAS,
GORDURINHAS,PRATA
NOS CABELOS TINTOS.

POR DENTRO
SOU DOURADA,
ALMA IMACULADA,
CORPO DE MODELO .
POR FORA,
EM ALUVIÕES,
BATEM PAIXÕES
CONTRA O PEITO.
PAIXÕES POR VERSOS,
PINTURAS,
FILOSOFIA
E AMIGOS, SEM
DESPEITO .

POR DENTRO,
SEI ME CUIDAR.
VIVO A BRINCAR
MEIO SEM JEITO,
NÃO ME DERROTA A TRISTEZA
NÃO ME OPRIME A SAUDADE
NÃO ME DEMORO PADECENTE.

E É POR VIVER CONTENTE ,
QUE CONCLUO SEM DEMORA.
É A MENINA QUE VIVE POR DENTRO,
QUE ALEGRA
A MULHER DE FORA .....


Autor do poema: Luan Lessan
Imagem: da Internet

terça-feira, 21 de abril de 2009


Neste 21 de abril, feriado, dia de Tiradentes, estamos diante de um homem que sonhou liberdade. "Libertas quae sera tamen". "Liberdade ainda que tarde".

Então eu penso na liberdade como um dos quatro pilares sobre os quais assenta o ser humano, tal como foi idealizado e criado por Deus: sabedoria, para criar e discernir; liberdade, para escolher; poder, para realizar; felicidade, como estado de ser.

Liberdade. Palavra gravada na essência humana. É você, uma pessoa livre? Ou se vê amarrada por pesadelos do passado, mágoas e ressentimentos; fracassos, que não saem da cabeça; amores desfeitos, que você não consegue emancipá-los?

A principal liberdade é a que lhe abre as portas da vida mental e emocional. Adianta muito você ter os portões da sua casa abertos, quando vive na prisão de si mesmo? Talvez a pior prisão seja as drogas, além de ser uma idiotice sem tamanho; pois pretende alcançar a felicidade e a alegria de viver e a liberdade de pensar, enfiando fogo no cérebro. Libertas quae sera tamen. Seja livre, livre para ser feliz, empunhar a bandeira dos seus sonhos e poder amanhecer cada dia sorrindo para belas expectativas.


Autor: Lauro Trevisan
Imagem: Ilustração do casal Robert e Shana ParkeHarrison

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Gente Fina

Gente fina, é aquela que é tão especial, que a gente nem percebe, se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa.

Ela é gente fina, ou seja, está acima, de qualquer classificação.
Todos a querem por perto.
Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões, quando necessário.É simpática, mas não bobalhona.

É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados:sabe transgredir, sem agredir.

Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana.
Te ajuda, mas, permite que você cresça sozinho.

Gente fina, diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não é para agradar.

Gente fina, se sente confortável em qualquer ambiente:
num boteco de beira de estrada, e num castelo no interior da Escócia.

Gente fina não julga ninguém - tem opinião, apenas.

"Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera".
O que mais se pode querer?

Gente fina, não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa.
Não veio ao mundo, pra colocar areia, no projeto dos outros.
Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra.

Gente fina, é que tinha que virar tendência.
Porque, colocando na balança, é quem faz toda a diferença.


Desconheço a autoria, mas deve ser gente muito fina...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Oração do Matuto


Ói Deus,
Nóis tá sempre pedindo as coisas pro Sinhô.
Nóis pede dinhero,
Nóis pede trabaio
Nóis pede pra chovê
E se chove demais
Nóis pede pra pará
Mode a coiêta num afetá.

Nóis pede amô,
Nóis pede pra casá
Pede casa pra morá
Nóis pede saúde
Nóis pede proteção
Nóis pede paiz,
Nóis pede pra dislindá os nó
Quando as coisa cumprica
Mode a vida corrê mió.

Quano a coisa aperta nóis reza
Pedindo tudo que farta
É uma pedição sem fim
E quano as coisa dá certo,
Nóis vai na igreja mais perto
E no pé de argum santo
Que seja de devoção
Nóis deixa sempre uns merréis
E lá no cofre da frente
Nóis coloca mais uns tostão.

Mais hoje Meu Sinhô
Bateu uma coisa isquisita
E eu me puis a matutá
Nóis pede, pede e pede
Mais nóis nunca pregunta
Comé que o Sinhô tá
Se tá triste ou tá contente
Se percisa darguma coisa
Que a gente possa ajudá
E por esse esquecimentp
O sinhô tem que nos adiscurpá.

Ói Deus, nóis sempre pensa
Que o Sinhô num percisa de nada
Mas tarvez num seja assim
Tarvez o Sinhô percisa de mim
Sim, o Sinhô percisa, sim
Percisa da minha bondade
Percisa da minha alegria
Percisa da minha caridade
No trato c’os meus irmão.

Nóis semo seu espêio
Nóis semo a Sua Criação
Nóis num pode fazê feio
Nem ficá fazendo rodeio
Nem desapontá o Sinhô
Nem amargá o seu sonho
Que foi um sonho de amô
Quando essa terra todinha criô.

Ói Deus, eu prometo
Vo rezá de ôtro jeito
Vo pará com a pedição
E trocá milagre por tostão
Tarvez eu inté peça uma graça
Mas antes vo vê direitinho
O que é que andei fazendo de bão.
E se nada de bão eu encontrá
Muito vo me envergonhá
E ainda vo pedi perdão.


Texto de Fátima Irene Pinto

sábado, 11 de abril de 2009

Mensagem de Pascoa


Quando eu era criança não entendia muito bem a
Páscoa. Só adorava procurar os ovinhos de
chocolate que o coelhinho escondia.

Mas, o que
tem a ver coelho com ovos, seus símbolos, com a
ressurreição de Jesus ou a fuga dos hebreus do
Egito comandada por Moisés?

Agora sei qual a
relação de tudo isto. Os ovos são o símbolo do
nascimento.

Ali dentro, uma vida por vir ao mundo.
É o eterno milagre da vida que renasce todos os
dias. O coelho é o animal que se reproduz com uma
velocidade estonteante, é uma ode à família, uma
declaração de amor que a natureza faz todos dias.

Renascer é nascer, somos nós mesmos que
renascemos nos nossos filhos, é a vida que se
pereniza na prole. A fuga dos hebreus é o fim da
escravidão de uma povo. A escravidão equivale à
morte, escravizar equivale a tirar a vontade e a
alma de alguém, equivale a tirar sua vida.

Se libertar da escravidão é viver de novo, é
renascer, é estar sempre começando tudo de novo.
Por fim, Jesus é a ressurreição. Quer prova mais
clara do que digo? Este eterno milagre que nos
encanta é o milagre da vida que a Páscoa nos
relembra.

A Páscoa é a ressurreição das nossas
almas. Este é o dia de renascer, começar tudo de
novo. De nos libertamos do mal que corrompeu
nossas almas e nos recobrirmos com o véu da pureza
da alma que tivemos um dia.

Abandonar tudo o que é
velho e antigo e olhar pra frente com coragem. Nos
dedicarmos à vida como quem sorve o sumo de um fruto
saboroso. Hoje é dia de renascer.

Feliz Páscoa para todos.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Reflexão sobre a Páscoa


Que nesta Páscoa,

tempo de reflexão e transformação,

brotem infinitas idéias e sonhos

dentre a doçura do chocolate.



Que cada idéia, cada sonho,

se concretize como um pequeno milagre,

desvelando palavras justas

e atitudes saudáveis.



Que o reflexo de novas

e brilhantes imagens

no espelho de nossas vidas,

seja uma conseqüência natural

desses pequenos milagres.


FELIZ PÁSCOA PARA TODOS!


Por: Heleida Nobrega, assistente social, especialista em atendimento a portadores de Hanseniase.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Chapeuzinho Vermelho


Os americanos são uma gente divertida. Lá tem sempre uma coisa na moda, a que eles dão o nome de fad. Desses fads um dos mais persistentes tem sido a chamada PC language – politically correct language, linguagem politicamente correta. O que é isso? Há jeitos de falar e jeitos errados de falar. Jeito certo de falar é aquele que está de acordo com a ideologia. Jeito errado de falar é aquele que não está de acordo com a ideologia – heresias. As heresias na fala não podem ser toleradas. Têm de ser eliminadas. A Inquisição foi um exercício de PC language. Quem falasse linguagem diferente daquela que a Igreja havia definido como correta ia para a fogueira. O Generalíssimo Franco também fez uso da PC language. A palavra “seio” foi proibida, como erótica. O erótico é herético... Poeta que usasse a palavra “seio” num poema corria o risco de ir para o garrote vil. A PC language americana proíbe que se use a palavra “ele” para se referir a Deus. Isso é machismo! Então Deus é homem? A PC language proíbe que se contem piadas que façam gozação e humilhem certos grupos sociais como gays, negros, mulheres. Eu acho que está muito certo. Mas logo aparecem os ultraortodoxos. Os ultraortodoxos se põem logo a caçar bruxas e a policiar a fala. Falar é muito perigoso... Uma vez, fazendo uma fala nos USA, usei a expressão “to be impregnated” — ser engravidado — num sentido metafórico. Pois uma senhora, do auditório, interferiu prontamente em nome da PC language, dizendo que eu estava usando “sexist language”...

Encontrei numa livraria de aeroporto um livro de estórias infantis reescritas segundo a PC language. Claro, o escritor estava fazendo gozação. Aí me deu um impulso de reescrever a estória do Chapeuzinho Vermelho para os dias de hoje, seguindo as linhas da PC language, mesmo porque não há criança que acredite na estória como foi escrita.“

Era uma vez uma jovem adolescente a quem todos conheciam pelo apelido de Rúbia. Rúbia é uma palavra derivada do latim, rubeus, que quer dizer vermelho, ruivo. Rúbia era ruiva. Ruiva porque tingira o seu cabelo castanho que ela considerava vulgar. Ela pensava que uma ruiva teria mais chances de chamar a atenção de um empresário de modelos que uma morena. Morenas há muitas. O vermelho dos seus cabelos era confirmado pelo seu temperamento: ela era fogo e enrubescia quando ficava brava.[Nota 1: Se, nessa estória, eu lhe desse o nome de Chapeuzinho Vermelho ninguém acreditaria. As adolescentes de hoje não andam por aí usando chapeuzinhos vermelhos...]

Rúbia morava com sua mãe numa linda mansão no condomínio "Omegaville". Pois numa noite, por volta das 10 horas, sua mãe lhe disse: "Rubinha querida, quero que você me faça um favor..." Rúbia pensou: "Lá vem a mãe de novo". E gritou: "De jeito nenhum. Estou vendo televisão...". "Mas eu ia até deixar você dirigir o meu BMW...", disse a mãe. Rúbia se levantou de um pulo. Para guiar o BMW ela era capaz de fazer qualquer coisa. "Que é que você quer que eu faça, mamãezinha querida?", ela disse. "Quero que você vá levar uma cesta básica para sua vovozinha, lá no Parque Oziel. Você sabe: andar de BMW, depois das 10 da noite, no Parque Oziel é perigoso. Os seqüestradores estão à espreita..." [Nota 2: a estória original contém dois problemas, relativos ao caráter e às intenções da mãe. Primeiro: mandar uma menina pequena, sozinha, pela floresta, sabendo que havia um lobo solto — ou a mãe era um tola irresponsável ou ela estava com impulsos assassinos em relação à filha, desejando que o lobo a comesse. O segundo problema: viviam sozinhas a mãe e a filha; não há referências a um pai ou marido. Então, qual a razão para que a avó morasse do outro lado da floresta? Não seria mais prático que elas vivessem juntas? Chapeuzinho não teria que enfrentar um lobo para que a vovozinha comesse queijos, bolos e ovos...]

Rúbia já estava saindo da garagem com o BMW quando sua mãe lhe gritou: "A cesta básica! Você está se esquecendo da cesta básica!" Com a cesta básica no BMW Rúbia foi para a casa da vovozinha, no Parque Oziel. Foi quando o inesperado aconteceu. Um pneu furou. Até mesmo pneus de BMWs furam. Rúbia se sentiu perdida. Com medo, não. Ela não tinha medo. O problema era sujar as mãos para trocar o pneu. Foi quando uma Mercedes se aproximou dirigida por um senhor elegante que usava óculos escuros. Há pessoas que usam óculos escuros mesmo de noite. A Mercedes parou e o homem de óculos escuros saiu. "Precisando de ajuda, boneca", ele perguntou? "Claro", ela respondeu. "Preciso que me ajudem a trocar o pneu furado". "Pois vou ajudar você" disse o homem. "Você precisa de proteção. Esse lugar é muito perigoso. A propósito, deixe que me apresente. Meu nome é Crescêncio Lobo, às suas ordens". Aí ele se pôs a trocar o pneu cantarolando baixinho uma canção que sua mãe lhe cantara: "Hoje estou contente, vai haver festança, tenho um bom petisco para encher a minha pança..." Rúbia, olhando para o Crescêncio Lobo, pensou: "Que homem gentil e prestativo! E ainda canta enquanto trabalha... É dono de uma Mercedes! Acho que minhas orações foram atendidas!" "Pronto", ele disse. "Para onde você está indo, boneca?" "Vou levar uma cesta básica para minha avó." "Pois eu vou segui-la para protegê-la..." E assim, Rúbia, sorridente sonhadora, se dirigiu para a casa de sua avó escoltada por Crescêncio Lobo.

Ao chegar à casa da avó Crescêncio Lobo se surpreendeu. Pensou que ia encontrar uma velhinha, parecida com a avó de Chapeuzinho Vermelho. Que nada! Era uma linda mulher, uma senhora elegante, fina, de voz suave, inteligente. Logo os dois estavam envolvidos numa animada conversa, Crescêncio Lobo encantado com o suave charme e a inteligência da avó, a avó encantada com o encantamento que Crescêncio Lobo sentia por ela. Crescêncio Lobo pensou: "Se não fossem essas rugas, ela seria uma linda mulher..." Rúbia percebeu o que estava rolando, e foi ficando com raiva, vermelha, até que teve um ataque histérico. Como admitir que Crescêncio Lobo preferisse uma velha a uma adolescente? Começou a gritar, e por mais que os dois se esforçassem, não conseguiram acalmá-la. Passava por ali, acidentalmente, uma viatura do 5º Distrito Policial. Os policiais, ouvindo a gritaria, imaginaram que um crime estava acontecendo. Pararam a viatura e entraram na casa. E o que encontraram foi aquela cena ridícula: uma adolescente ruiva, desgrenhada, gritando como louca, enquanto a avó e o Crescêncio Lobo tentavam acalmá-la. Os policiais perceberam logo que se tratava de uma emergência psiquiátrica e, com a maior delicadeza, (os policiais do 5º DP são sempre assim. Também pudera! O delegado chefe trabalha ouvindo música clássica!) convenceram Rúbia a acompanhá-los até um hospital para ser medicada. Rúbia não resistiu porque ela já estava encantada com a força e o charme do policial que a tomava pela mão. Afinal, aquele policial era lindo e forte!

Quanto à avó e ao Crescêncio Lobo, aquela noite foi início de uma relação amorosa maravilhosa. Crescêncio Lobo percebeu que não há cara de adolescente cabeça-de-vento que se compare ao estilo de uma senhora inteligente e experiente. E a avó, que ouvira de uma feminista canadense que o melhor remédio para a velhice são os galetos ao primo canto, entregou-se gulosamente a esse hábito alimentar gaúcho. Crescêncio Lobo pagou-lhe uma plástica geral e a avó ficou novinha. E viveram muito felizes, por muitos anos. Quanto à Rúbia, aquela crise foi o início de uma feliz relação com o policial do 5º DP, que tinha um mestrado em psicologia da adolescência...”

Texto de Rubem Alves, extraído do jornal "Correio Popular" – Campinas, edição de 02 de maio de 2002.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Proteja-se das Energias Negativas


Já sabemos que as energias negativas são uma das maiores preocupações do ser humano. Procurar fugir delas é besteira. Elas nos alcançam em qualquer lugar do planeta. Mas podemos nos defender, começando a tomar uma série de atitudes e providências. Abaixo, seguem seis dicas pessoais para começar a combatê-las.

1. NÃO TEMER NINGUÉM:
Uma das armas mais eficazes na subjugação de um ser é impingir-lhe o medo. Sentimento capaz de uma profunda perturbação interior, vindo até a provocar verdadeiros rombos na aura, deixando o indivíduo vulnerável a todos os ataques. Temer alguém significa colocar-se em posição inferior, temer significa não acreditar em si mesmo e em seus potenciais, temer significa falta de fé. O medo faz com que baixemos o nosso campo vibracional, tornando-nos assim vulneráveis às forças externas. Sentir medo de alguém é dar um atestado de que ele é mais forte e poderoso. Quanto mais você der força ao opressor, mais ele se fortalecerá.

2. NÃO SINTA CULPA:
Assim como o medo, a culpa é um dos piores estados de espírito que existem. Ela altera nosso campo vibracional, deixando nossa aura (campo de força) vulnerável ao agressor. A culpa enfraquece nosso sistema imunológico e fecha os caminhos para a prosperidade. Um dos maiores recursos utilizados pelos invejosos é fazer com que nos sintamos culpados pelas nossas conquistas. Não faça o jogo deles e saiba que o seu sucesso é merecido. Sustente as suas vitórias sempre!

3. ADOTE UMA POSTURA ATIVA
Nem sempre adotar uma postura defensiva é o melhor negócio. Enfrente a situação. Lembre-se sempre do exemplo do cachorro: quem tem medo do animal e sai correndo, fatalmente será perseguido e mordido. Já quem mantém a calma e contorna a situação, pode sair ileso. Ao invés de pensar que alguém pode influenciá-lo negativamente, por que não se adiantar e influenciá-lo beneficamente? Ou será que o mal dele é mais forte que o seu bem? Por que será que nós sempre nos colocamos numa atitude passiva de vítimas? Antes que o outro o alcance com sua maldade, atinja-o antecipadamente com muita luz e pensamentos de paz, compaixão e amor.

4. FIQUE SEMPRE DO SEU LADO:
A maior causa dos problemas de relacionamentos humanos é a "Auto-Obsessã o". A influência negativa de uma pessoa sobre outra sempre existirá enquanto houver uma idéia de dominação, de desigualdade humana, enquanto um se achar mais e outro menos, enquanto nossas relações não forem pautadas pelo respeito mútuo. Mas grande parte dos problemas existe porque não nos relacionamos bem com nós mesmos. 'Auto-Obsessão' significa não se gostar, não se apoiar, se autoboicotar, se desvalorizar, não satisfazer suas necessidades pessoais e dar força ao outro, permitindo que ele influencie sua vida, achar que os outros merecem mais do que nós. Auto-obsediar- se é não ouvir a voz da nossa alma, é dar mais valor à opinião dos outros. Os que enveredam por esse caminho acabam perdendo sua força pessoal, e abrem as portas para toda sorte de pessoas dominadoras e energias de baixo nível. A força interior é nossa maior defesa.
5. SUBA PARA POSIÇÕES ELEVADAS:
As flechas não alcançam o céu. Coloque-se sempre em posições elevadas com bons pensamentos, palavras, ações e sentimentos nobres e maduros. Uma atmosfera de pensamentos e sentimentos de alto nível faz com que as energias do mal, que têm pequeno alcance, não o atinjam. Essa é a melhor forma de criar 'incompatibilidade' com as forças do mal e energias incompatíveis não se misturam.

6. FECHE-SE ÀS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS:
As vias de acesso pelas quais as influências negativas podem entrar em nosso campo são as portas que levam à nossa alma, ou seja, a 'mente e o 'coração'. Além de manter o coração e mente sempre resguardados das energias dos maus pensamentos e sentimentos, fuja das conversas negativas, maldosas e depressivas. Evite lugares densos e de baixo nível. Quando não puder ajudar, afaste-se de pessoas que não lhe acrescentam nada e só o puxam para o lado negativo da vida. O mesmo vale para as leituras, programas de televisão, filmes , músicas e passatempos de baixo nível. "

Desconheço o autor do texto

quinta-feira, 26 de março de 2009

NORMOSE (a doença de ser normal)

Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito"normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema. Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas?
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Então, como aliviar os sintomas desta doença? Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante.
O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.

Texto: Michel Schimidt, psicoterapeuta

quarta-feira, 25 de março de 2009

Felicidade pega


Existem pessoas que nascem de baixo-astral, sempre se queixando de tudo, só falando de problemas.

Fácil não é, mas existem maneiras de procurar a felicidade. A primeira coisa -e a mais importante- é tentar só ter como amigos gente com a vocação da felicidade. É claro que às vezes eles passam por problemas, e devemos ser solidários nesses momentos. Mas existem pessoas que nascem de baixo-astral, sempre se queixando de tudo, só falando de problemas e tristezas. Se você conviver muito com pessoas assim, pode saber que vai ficar mal. Aliás, gente assim só gosta de se dar com pessoas como elas; quem, nascido com o DNA lá em baixo, vai suportar ser amiga de quem é feliz, otimista, que vive rindo e achando a vida boa?E não falo só de amigos: se o seu tintureiro se queixa o tempo todo da vida, o professor de ginástica só conta desgraças, a faxineira, as doenças dela e da família inteira, troque, mesmo com dó e piedade. Você tem que se defender, e uma das maneiras é se afastar, fugir, não chegar nem perto.
Eu tive uma empregada que era excelente, e apesar de só se queixar e me contar histórias trágicas (e antigas) -como morreu a avó há 50 anos, a sobrinha que tinha um filho que estava preso, a irmã que pesava 110 quilos e era diabética (tudo com riqueza de detalhes)-, fiquei com ela durante anos, já que era uma ótima profissional. Mas um dia não deu mais. Fiz das tripas coração e a demiti, com todas as vantagens da lei e muitas outras, para me livrar da culpa. Mas fiquei pensando: será que ela vai encontrar outro emprego? E se não encontrasse, a culpa seria toda minha, que deveria ter sido mais paciente e tolerante, sabendo que a vida dela não era fácil etc. etc. Mas sabe aquele dia em que não dá mais?Pois não deu; assumir minha culpa não foi fácil, mas o que era para ser feito foi feito.
Aí veio uma outra, que não deu muito pé, e antes que laços de amizade se fizessem, dispensei. E aí veio a terceira, e minha vida mudou. Em primeiro lugar, ela é uma pessoa de altíssimo astral. Bem casada, feliz com o marido, e com um sorriso -quando não uma gargalhada- o tempo todo. Quando ela veio pela primeira vez conversar comigo, me chamou logo de Danuza, não de dona Danuza. Como desde que me entendo por gente as empregadas chamam as patroas de dona, achei um pouco estranho, mas não tive nenhuma condição de pedir que ela me chamasse de dona. Afinal, isso não tem nada a ver comigo. E assim fomos indo: Danuza pra cá, Vanúzia (é o nome dela) pra lá, e a vida correndo não só bem, como cada vez melhor. Ela me elogia, diz que o cabelo novo ficou ótimo, e me confessou que adora Clodovil, Agnaldo Timóteo e não perde um show de Fagner, sua grande paixão. Tudo isso me faz rir, e de repente percebi que estava rindo o dia inteiro.
Ontem ela estava na área passando roupa, e de repente ouvi um som estranho. Fui ver e era ela, com o ferro na mão, cantando; cantando alto uma música que nunca ouvi, provavelmente do repertório de Alcione, e quando cheguei à área ela me abriu um grande sorriso e perguntou "quer um chazinho gelado? Você quase não toma água, e água faz bem, vou pegar um copinho para você". Largou o ferro e me trouxe um chá bem gelado, e eu vi o quanto eu era feliz de ter uma pessoa assim perto de mim. Uma empregada que canta e que na hora de ir embora me manda um beijo; tem coisa melhor?
Vanúzia vai levar um susto quando ler esta coluna; é capaz até de mandar emoldurar, mas ela merece, pela felicidade que me dá.E descobri que felicidade e tristeza são tão contagiantes quanto o sarampo.

Texto de Danuza Leão, danuza.leao@uol.com.br, 22/03/09, Cotidiano da Folha de S.Paulo