domingo, 14 de outubro de 2007

DORIS LESSING - Prêmio Nobel de Literatura 2007



A escritora DORIS Jane Somers LESSING, atualmente com 87 anos de idade, é a 11a. mulher a receber o prêmio Nobel de Literatura.

Filha de pais britânicos, nasceu em 22/10/1919 na Pérsia, na então localidade de Kermanshah (hoje parte do Irã e denominada Bakhtaran), e instalou-se com seus pais na Rodésia do Sul (atual Zimbábue) aos 6 anos de idade, onde viveu até 1949, mudando-se para a Grã-Bretanha.

Sua vasta obra, de variedade temática e estilística, consagrou-a uma das grandes escritoras da atualidade. É uma pessoa comprometida com o universo feminino e escreveu, em 1952, a primeira obra de reflexão nesse sentido, intitulada "O Sonho de Martha Quest" e primeiro dos cinco livros da série "Os Filhos da Violência" (1951-59)

Sua vivência na sociedade racista tranformou-a numa combatente heróica contra as injustiças, o colonialismo e o ’apartheid’, cujas experiências foram retratadas em "A Erva Canta" (1950), que também traz temas como a violência e a sujeição da mulher a um mundo dominado por homens.

Com "O Caderno Dourado" (1962), um romance importante para o feminismo, a escritora, que fora militante no Partido Comunista, surgia na literatura internacional.

Sua obra mais forte, autobiográfica, é o ciclo de romances "Children of Violence", publicado em cinco volumes.

Em obras posteriores, com influências de Carl Gustav Jung e do sufismo islâmico, Lessing interessou-se pelas dimensões mais profundas do destino humano, patente em "Memoirs of a Survivor" (1974).

Nos romances "Canopus em Argos" (quatro volumes, 1982-1985), experimentou as possibilidades da ficção científica.

Em 1994 e 1997, publicou dois volumes autobiográficos.

Doris é uma mestra em contar histórias. Seus contos são lições de concisão - tudo o que ela não mostra em suas narrativas longas. Duas coletâneas são extraordinárias: "A Man and Two Women" (1963), sobre o tema do sexo, e "African Stories" (1964), talvez sua obra mais poderosa, repleta de contos longos ambientados na África Central - cenário de que a autora tirou o melhor de sua ficção realista.

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