Chega de sono e terra seca.
Chega de folhas caindo de marrons,
da paisagem monótona e quase abandonada.
Chega de folhas caindo de marrons,
da paisagem monótona e quase abandonada.
É hora de vermelhos, azuis,
violetas e amarelos.
violetas e amarelos.
No jardim e na própria vida
a nova estação tudo permite.
Comece olhando a sua volta.
Não com o olhar de sempre,
mas com aquele de primeira vez.
Aquele olhar que realmente vê,
analisa e tira conclusões.
E então confira se você viveu
a plenitude da estação que termina,
se você se cuidou e aproveitou
o encanto dos dias frios,
ou se você se abandonou,
se escondeu de tudo.
Aproveite o milagre
da chuva das brotas.
Aquela que vem mudando tudo,
encharcando a terra,
molhando as almas,
despertando as cores adormecidas,
anunciando que em breve
tudo será diferente.
Escolha então sua nova cor.
E, como toda pessoa
prudente e de bom senso
mostre um pouco de ousadia.
Não fique preso ao que existe,
não se conforme com as coisas
como elas são.
Imagine não só como elas poderiam ser,
mas principalmente como você
gostaria que elas ficassem.
Combine no jardim e em você
com ciência e arte todas as cores.
Recuse-se a ficar solitário,
misture o vermelho paixão,
o azul raciocínio, a paz do branco
com a inspiração do amarelo.
Recorra à experiência.
Retire as ervas daninhas,
regue suas relações.
Mas seja reservado.
Quem diz o que vai fazer,
quase sempre nada faz.
Quem diz o que vai fazer,
quase sempre nada faz.
Guarde seus segredos,
esconda seus planos.
Deixe que seu jardim e seus atos
falem por você,
que revelem a quem souber ver
o que brota de sua alma.
Só assim esta primavera que começa
será inesquecível e estará marcada
uma nova estação em sua vida.
"A Chuva das Brotas" , aribuído à Roberto Araújo (2004)
Aos amigos de sempre,
FELIZ PRIMAVERA
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