sexta-feira, 30 de maio de 2008

Em Busca da Felicidade


Vivemos em um mundo dual, do dia e noite, sim e não, bem e mal, claro e escuro, homem e mulher, amor e ódio. E como tudo que há em nosso Planeta, nós seres humanos também temos essa bipolaridade ( por exemplo os lados direito e esquerdo do corpo) e que, sem o negativo, o positivo não cumpre integralmente sua função (e vice-versa). Para que o planeta Terra "funcione" plenamente, não é possível eliminar a bipolaridade.

Mas como o homem possui uma Alma, ele, diferentemente dos inanimados, não só libera mas recebe e troca energia. Trocamos energia com todos os seres vivos, dos reinos mineral, vegetal, animal e humano e, quem sabe, trocamos também com seres de outras planetas, galáxias; na terceira dimensão (é aquela em que vivemos), quarta e outras tantas dimensões que ainda hoje desconhecemos, somente vislumbramos, intuímos.

Para sermos felizes, vamos tratar de nos centrar e buscar aproximar o que nos torna felizes e afastar o que nos torna infelizes. Para tanto é preciso saber exatamente o que buscamos, conhecermos nossos objetivos, descobrir quem somos. Neste momento, o primeiro passo é: “Conhece-te a ti mesmo”, e “Nada em Excesso”. Não deve ser a troco de nada que na Grécia, na entrada do templo de Apolo, em Delfos, existe até hoje essas inscrições que remontam da antiguidade.

O “Nada em Excesso” explica claramente as bipolaridades e a necessidade de atingirmos o equilíbrio, centrando-nos, sem deixar que qualquer dos dois lados exerça peso maior na balança, fazendo-nos realmente sentir que somos o ponto central do Universo.

E “Conhece-te a ti mesmo” pressupõe a impossibilidade de chegar a esse ponto de equilíbrio sem o pleno conhecimento de nossas dificuldades e nossas virtudes. Para compreendermos estas duas inscrições, temos que entender um pouco mais o movimento filosófico grego.

Na Grécia, berço de nossa civilização, através dos grandes filósofos e pensadores, surge um movimento que irá mudar toda a concepção da função do homem no Universo: é o movimento hermético neo-platônico (hermético porque fechado, exclusivo inicialmente a uns poucos, devido aos riscos da divulgação) “que contestava a antiga concepção medieval de que o homem era uma criatura miserável e pecadora e que a única maneira de se aproximar de Deus era através da Igreja".

Esse movimento acreditava que o ser humano fosse em sua essência o microcosmo dentro do macrocosmo e que, dessa maneira, o auto conhecimento seria a única alternativa pela qual se poderia estabelecer uma ligação com as próprias origens divinas” (O Tarô Mitológico, de Juliet Sharman-Burke e Liz Greene, Edit. Siciliano, pag. 9).
Mais tarde, a nova visão renascentista proclamava que o homem era um grande milagre, pois era o co-criador do Universo, estando ao lado de Deus. E quantas fogueiras foram acesas na Inquisição devido à essa proclamação!
No início de nosso século, Helena P. Bravatisky ( Síntese da Doutrina Secreta, Editora Pensamento) afirmava que “somos deuses e nos esquecemos”.
Até chegarmos ao final do século XX com os físicos modernos afirmando a existência de Deus, não mais conflitando com seus postulados, ao contrário, confirmando-os.

Neste momento podemos introjetar em nosso conhecimento duas afirmações bíblicas: somos filhos de Deus (“E criou Deus o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus e criou-os varão e fêmea”- Gên. 1:27); e podemos fazer o que Jesus fez e “muito mais”( ...”aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e fará outras ainda maiores”- Jo. 14:12).

Sermos feitos à imagem de Deus significa que passamos por toda a formação dos elementos químicos do Universo, sofremos os mesmos processos evolutivos e vivemos na dualidade para a manutenção do equilíbrio cósmico. Quanto aos milagres que Jesus realizou, significa que hoje, mais esclarecidos e evoluídos (pensemos em 2000 anos atrás), temos elementos físicos, emocionais, mentais e espirituais para realizarmos nossa própria cura e colaborar na dos outros, numa troca alquímica entre os elementos químicos. Basta dizer que quando um só elemento químico se altera, altera-se toda a estrutura dos elementos.

Mas, sem nos conhecermos, sem saber o que buscamos e queremos, vivemos ao sabor do vento, como uma pluma que é levada de uma lado para o outro, conforme sopra a brisa. Se, por decisão, traçarmos nossas metas para atingir nossos objetivos, nos fortalecemos e só vamos aonde queremos.

Contudo, isso implica em responsabilidade: muitas vezes é mais fácil deixar que a brisa nos leve, embora sua imprevisibilidade. Esses momentos do desconhecido, da surpresa, vamos deixar para o lazer, aqueles instantes de aventura, os quais também têm que ser previstos porque começam de um ponto de partida, têm um meio e um fim. E, no mínimo, para iniciar uma viagem aventureira, temos que optar por um ponto cardeal (vamos para o norte, sul, leste ou oeste?) Então todas as nossas decisões implicam em responsabilidade de escolha. Até para ligar o piloto automático tem que ser tomada a decisão de apertar os botões corretos.

Se escolhermos ser felizes vamos iniciar nossa jornada. Traçamos o roteiro (as metas), vivemos as etapas (o tratamento) e chegamos ao final (a cura), ao objetivo. Podemos começar esta viagem do “conhece-te a ti mesmo” e “nada em excesso” fazendo-nos algumas perguntas. Nossas dúvidas existenciais são frutos da busca de nossas origens e se não sabemos de onde viemos, para onde vamos e, principalmente, para que viemos, não conseguimos encontrar respostas para nossas inquietações.

O homem do terceiro milênio usa equilibradamente a razão e a emoção, e conhece-se a si mesmo.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Paz e Lutas


Os índios Aymara, que habitam há séculos as margens do lago Titicaca, nos Andes, defendem a necessidade de sete diferentes tipos de paz.

A primeira é para dentro de si. Consigo próprio, na saúde do corpo, na lucidez da mente, no prazer do seu trabalho, na correspondência dos seus amores. Sem paz consigo, você não está em paz.

A segunda é para cima. Com os espíritos de seus antepassados, com a vontade de Deus. Se você não está em paz com o mundo sobrenatural, espiritual, com a metafísica da sua existência, sua paz fica incompleta.

A terceira paz é para frente, com seu passado. A arrogante cultura ocidental põe o passado para trás. Já os Aymara põem o passado à frente, porque ele é o conhecido, o visto, o vivido. Se você tem remorsos, dívidas não pagas, culpas, arrependimentos, não está totalmente em paz.

A quarta é para trás, com seu futuro. Quem tem medo do que virá, está assustado com dívidas a pagar, com o emprego incerto, esperando más notícias, não está em paz.

A quinta é para o lado esquerdo, com seus próximos. Sem a paz familiar, não há paz. A disputa doméstica, o descontentamento com familiares e amigos próximos tira o sentimento de paz.

A sexta paz é para o lado direito, com seus vizinhos. Não adianta a paz em casa se, do outro lado da rua, estão a ameaça, a maldição, o descontentamento.

A última paz é para baixo, com a terra em que você pisa, de onde virá seu sustento. Se vier tempestade, se o solo secar ou tremer, não haverá paz completa..


Para cada leitor, eu desejo esses sete tipos de paz, com base na sabedoria dos Aymara. Mas desejo também que, além das sete formas de paz, você tenha planos para construí-las.
Das sete, cinco dependem apenas de você e sua família, de sua introspecção, sua espiritualidade, suas amizades. Mas duas, para a direita e para baixo, dependem de sua ação social e política. Dependem de luta...
Desejo as sete formas de paz para você. E muita participação para construí-las. Porque a paz não acontece, ela é construída.

Cristóvão Buarque

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A verdadeira nudez feminina

Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas
vira uma deusa, basta uns retoquezinhos, aqui e ali.
Nunca vi tanta mulher nua.
Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas.
O que não falta é candidata para tirar a roupa.
Dá uma grana boa.
E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas.
Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.
Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade...emocionalmente.
Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso.
É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história.
É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera,
que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.
Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos .
Aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas,
e não bonecas de porcelana.
Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em quem sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.
Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que esperava-se com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat,por exemplo - pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo.
Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é.
Na maioria das vezes, rumo à decadência. Escadas servem para descer também.
Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior.
Mas é o que devemos continuar fazendo.
Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro.
Não conheço strip-tease mais sedutor...

Desconheço o Autor

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Curso de Escutatória


"Sempre vejo anunciados cursos de oratória.
Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. ...

Escutar é complicado e sutil, diz Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa) que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. . . É preciso também não ter filosofia nenhuma".
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro:
-Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma.
Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Na nossa civilização, se eu falar logo e logo a seguir fico em silêncio, são duas as possibilidades.
Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado".
Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou".
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio, na verdade deve querer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio.
A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada.
Somos todos olhos e ouvidos.
Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto."

Desconheco o Autor

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O café da manhã


Conta a história que um casal tomava café da manhã

no dia de suas bodas de ouro.

A mulher passou a manteiga na casca de pão

e o entregou para o marido,

ficando com o miolo.

Ela pensou: "Sempre quis comer a melhor parte do pão,

mas amo demais meu marido e,

por cinqüenta anos, sempre lhe dei o miolo.

Mas hoje quis satisfazer meu desejo.

Acho justo que eu coma o miolo
pelo menos " uma vez na vida".

Para sua imediata surpresa,

o rosto do marido abriu-se

num sorriso sem fim...
e ele lhe disse:Muito obrigado
por este presente, meu amor.

Durante cinqüenta anos,
sempre desejei comer a casca do pão,
mas como você sempre gostou tanto dela,
jamais ousei pedir.


Tudo isso foi a falta de comunicação


(autoria desconhecida)

domingo, 11 de maio de 2008

Retrato de minha Mãe


Saudades mãe...

sábado, 10 de maio de 2008

AVE MARIA DAS MULHERES - Silvana Duboc

Mãe,
Aqui, agora e a sós
Quero lhe pedir por todas nós
Por aquelas que foram escolhidas
Para dar a vida

Mulheres de todas as espécies
De todos os credos, raças e nacionalidades
Todas aquelas nas quais a vida
Está envolvida em sorrisos, lágrimas, tristezas e felicidades

Aquelas que sofrem por filhos que geraram e perderam
As que trabalham o dia inteiro
Em casa ou em qualquer emprego

Quero pedir pelas mães
Que penam por seus filhos doentes
Quero pedir pelas meninas carentes
E pelas que ainda estão dentro de um ventre

Pelas adolescentes inexperientes
Pelas velhinhas esquecidas em asilos
Sem abrigo, sem família, carinho e amigos

Peço também pelas mulheres enfermas
Que em algum hospital aguardam pela sua hora fatal

Quero pedir pelas mulheres ricas
Aquelas que apesar da fortuna
Vivem aflitas e na amargura

Peço por almas femininas mesquinhas, pequenas e sozinhas
Por mulheres guerreiras a vida inteira
Pelas que não têm como dar à seus filhos o pão e a educação

Peço pelas mulheres deficientes
Pelas inconseqüentes

Rogo pelas condenadas, aquelas que vivem enclausuradas
Por todas que foram obrigadas a crescer antes do tempo
Que foram jogadas na lavoura
Ou em alguma cama devastadora

Rogo pelas que mendigando nas ruas
Sobrevivem apesar dessa tortura
Pelas revoltadas, as excluídas e as sexualmente reprimidas

Peço pela mulher dominadora e pela traidora
Peço por aquela que sucumbiu sonhos dentro de si
Por todas que eu já conheci

Peço por mulheres solitárias e pelas ordinárias
As mulheres de vida difícil e que fazem disso um ofício
E pelas que se tornaram voluntárias por serem solidárias

Rogo por aquelas que vivem acompanhadas
Embora tristes e amarguradas
E por todas que foram abandonadas
As que tiveram que continuar sozinhas
Sem um parceiro, um amigo, um ombro querido

Peço pelas amigas
Pelas companheiras
Pelas inimigas
Pelas irmãs e pelas freiras

Suplico por aquelas que perderam a fé
Que se distanciaram da esperança
Quero pedir por todas que clamam por vingança
E com isso se perdem em sua inútil andança

Rogo pelas que correm atrás de justiça
Que a boa vontade dos homens as assista
Peço pelas que lutam por causas perdidas

Pelas escritoras e as doutoras
Pelas artistas e professoras
Pelas governantes e pelas menos importantes

Suplico pelas fêmeas que são obrigadas a esconder seus rostos
E amputadas do prazer vivem no desgosto

Quero pedir também pelas ignorantes
E por todas que no momento estão gestantes
Por aquela mulher triste dentro do coração
Que vive com a alma mergulhada na solidão

Por aquela que busca um amor verdadeiro
Para se entregar de corpo inteiro
E peço pela que perdeu a emoção
Aquela que não tem mais paz dentro do coração

E rogo, imploro , por aquela que ama
E que não correspondida, vive uma vida sofrida
Aquela que perdeu o seu amor
E por isso, sua alma se fechou

Por todas que a droga destruiu
Por tantas que o vício denegriu

Suplico por aquela que foi traida
Por várias que são humilhadas
E pelas que foram contaminadas

Mãe, quero pedir por todas nós
Que somos o sorriso e a voz
Que temos o sentimento mais profundo
Porque fomos escolhidas tanto quanto você
Para gerar e apesar de qualquer coisa

Amar...

Independente de quem forem nossos filhos
Feios ou bonitos
Amáveis ou rebeldes
Perfeitos ou deficientes
Tristes ou contentes

Mãe, ajuda-nos a continuar nessa batalha
Nessa guerra diária
Nessa luta sem fim

Ajuda-nos a ser feliz como a gente sempre quis
Dai-nos coragem para continuar
Dai-nos saúde para ao menos tentar
Resignação para tudo aceitar

Dai-nos força para suportar nossas amarguras
E apesar de tudo continuarmos a ser sinônimo de ternura

Perdoa-nos por nossos erros
E por nossos insistentes apelos
Perdoa-nos também por nossas revoltas
Nossas lágrimas e nossas derrotas
E não nos deixe nunca mãe, perdermos a fé
E sempre que puder
Peça por nós ao Pai

E lembre-lhe que quando ele criou EVA
Não deixou com ela nenhum mapa de orientação
Nenhum manual com indicação
Nenhuma seta indicando o caminho correto
Nenhuma instrução de como viver
De como, a despeito de tudo vencer

E mesmo assim.....conseguimos aprender.
Amém!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Retrato de Mãe


"Uma mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de
Deus, e muito de anjo pela incansável solicitude dos cuidados seus;
uma mulher que, ainda jovem, tem a tranqüila sabedoria de uma anciã e,
na velhice, o admirável vigor da juventude;
se de pouca instrução, desvenda com intuição inexplicável
os segredos da vida e, se muito instruída age
com a simplicidade de menina;
uma mulher que sendo pobre,
tem como recompensa a felicidade dos que ama, e quando rica, todos os
seus tesouros daria para não sofrer no coração a dor da ingratidão;
sendo frágil, consegue reagir com a bravura de um leão;
uma mulher que, enquanto viva, não lhe damos o devido valor,
porque ao seu lado todas as dores são esquecidas; entretanto
quando morta, daríamos tudo o que somos e tudo o que temos para vê-la de
novo ao menos por um só momento, receber dela um só abraço,
e ouvir de seus lábios uma só palavra.
Dessa mulher não me exijas o nome, se não quiseres
que turve de lágrimas esta lembrança,
porque... já a vi passar em meu caminho.
Quando teus filhos já estiverem crescidos, lê para eles estas palavras.
E, enquanto eles cobrem a tua face de beijos, conta-lhes que um humilde
peregrino, em paga da hospedagem recebida, deixou aqui para todos o
esboço do retrato de sua própria mãe."


Tradução do original de D. Ramóm Angel Jara
Bispo e Orador Chileno

domingo, 4 de maio de 2008

Um cheirinho de Alecrim



Há dias em que se tem a impressão de se estar dentro de um espesso nevoeiro.
Tudo parece monótono e difícil e o coração fica triste.
É a noite escura da alma.
Era meu aniversário e justamente um destes dias estranhos, quando uma vozinterior me disse:
- 'Você precisa tomar chá de alecrim!'
Fui ao jardim e lá estava nosso viçoso pé de alecrim. Interessante é que quase todos que visitam nossos jardins demonstram afeição e respeito pelo alecrim.
Confesso que nunca liguei muito para ele. Mas, naquele dia, com toda reverência, colhi alguns ramos, preparei um chá e o servi em uma linda xícara.
O aroma era muito agradável e, a cada gole que bebia, senti a mente ir clareando.
Uma sensação de bem-estar e alegria foi se espalhando pelo corpo e senti enorme felicidade no coração.
Fiquei muito impressionada com a capacidade dessa planta transmitir alegria. Aliás, o nome alecrim já lembra alegria.
Resolvi pesquisar a respeito e - veja só que maravilha! O alecrim - Rosmarinos officinalis, planta nativa da região mediterrânea -foi muito apreciado na Idade Média e no Renascimento, aparecendo em váriasfórmulas, inclusive a 'Água da Rainha da Hungria', famosa soluçãorejuvenescedora.
Elizabeth da Hungria recebeu, aos 72 anos, a receita de um anjo (um monge?) quando estava paralítica e sofria de gota. Com o uso do preparado, recobrou a saúde, a beleza e a alegria.
O rei da Polônia chegou a pedi-la em casamento!
Madame de Sévigné recomendava água de alecrim contra a tristeza, para recuperar a alegria.
Rudolf Steiner afirmava que o alecrim é, acima de tudo, uma planta calorífera que fortalece o centro vital e age em todo o organismo.Além disso, equilibra a temperatura do sangue e, através dele, de todo o corpo.
Por isso é recomendado contra anemia, menstruação insuficiente e problemas de irrigação sangüínea. Também atua no fígado. E uma melhor irrigação dos órgãos estimula o metabolismo.
Um ex-viciado em drogas revelou que tivera uma visão de Jesus que o tornou capaz de livrar-se do vício. Jesus lhe sugeria que tomasse chá de alecrim para regenerar e limpar as células do corpo, pois o alecrim continha todas as cores do arco-íris.
O alecrim é digestivo e sudorífero. Ajuda a assimilação do açúcar (no diabetes) e é indicado para recompor osistema nervoso após uma longa atividade intelectual.
É recomendado para a queda de cabelo, caspa, cuidados com a pele, lesões equeimaduras; para curar resfriados e bronquites, para cansaço mental eestafa; ainda para perda de memória, aumentando a capacidade de aprendizado.

Existe uma graciosa lenda a respeito do alecrim: Quando Maria fugiu para o Egito, levando no colo o menino Jesus, as flores do caminho iam se abrindo à medida que a Sagrada Família passava por elas. O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice. O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu lamentando não poder agradar o menino. Cansada, Maria parou à beira do Rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupinhas. Em seguida, olhou a seu redor, procurando um lugar para estendê-las.'O lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais. 'Colocou-as então sobre o alecrim e ele suspirou de alegria, agradeceu de coração a nova oportunidade e as sustentou ao Sol durante toda a manhã.
'Obrigada, gentil alecrim! - disse Maria. Daqui por diante, ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando. E não apenas flores te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus, serão aromáticos. Eu abençôo folha, caule e flor, que a partir deste instante terão aroma de santidade e emanarão alegria.'

Deconheço o Autor, colaboração da amiga Miriam Mariana Lopes Dombrauskas

sábado, 3 de maio de 2008

O Palácio Majestoso


Conta-se que certa vez um rei do Iêmen, chamado Hiamir, convocou um dos seus ministros e disse-lhe:
- Quero fazer longa viagem à Tiapur, uma região longínqua, pobre e triste, árida e sem conforto. Determino que vá antes de mim, e logo que lá chegar, mande que seja construído um magnífico palácio, com largas varandas de marfins e pátios floridos. Nesse palácio ficarei hospedado durante uma temporada, com tranqüilidade e conforto.
O Vizir respondeu humildemente:
- Escuto e obedeço, ó rei.
Dias depois o Vizir partiu, em uma caravana com numerosos camelos carregados de ouro. Ao chegar à cidade o Vizir ficou desolado com o estado de abandono em que se achava o povo. Encontrou pelas estradas crianças famintas e centenas de infelizes, morrendo de inanição. Os quadros de miséria e sofrimento que se desenrolavam, a cada passo e a todo instante, torturavam o coração do poderoso ministro. Ele trouxera mais de trinta mil dinares, que deveriam ser gastos na construção de um grandioso palácio!
Que fez o Vizir? Levado por um impulso irresistível, em vez de executar a ordem do rei, resolveu gastar o dinheiro que trazia, beneficiando a infeliz população. Mandou construir abrigos para os desamparados. Distribuiu mantimentos entre os mais necessitados. Determinou que todos os enfermos fossem, sem demora, medicados e forneceu pão aos que padeciam fome. Ao fim de alguns meses, notava-se uma transformação completa da cidade. Os homens haviam voltado ao trabalho e por toda a parte reinava a alegria. As crianças brincavam nos pátios e as mulheres cantavam nas portas das tendas. E do palácio maravilhoso, encomendado pelo rei, nada existia...
Quando o rei Hiamir chegou a Tiapur foi recebido por uma grande manifestação de júbilo da população.
- Sinto-me feliz, confessou o monarca, por saber que sou sinceramente estimado pelos meus súditos. Mas onde está o palácio de Tiapur? perguntou.
- Antes de falar do palácio, ó rei, tenho um pedido a lhe fazer. Segundo as leis, aquele que o desobedecer, praticando um abuso de confiança, deve ser condenado à morte. Pois, houve, ó rei, um homem de sua confiança que praticou tal delito. Espera-se que seja determinada a execução do culpado sem demora, disse o Vizir serenamente.
- Quem é o acusado? questionou o rei.
- O criminoso sou eu, disse o Vizir sem hesitar. E sem ocultar a menor parcela da verdade, o Vizir descreveu a miséria em que se encontrava o povo. Por fim, confessou que, penalizado diante de tanto sofrimento, em vez de construir o palácio real, resolveu gastar os recursos que lhe foram confiados para mudar a triste sorte da população.
- Não cumpri a ordem recebida, por isso aguardo o castigo de que me fiz merecedor, concluiu.
- Levante-se, meu amigo, ordenou emocionado o rei. Vejo que seu trabalho é responsável pela edificação do mais belo dos palácios que já conheci. Vejo as torres cintilantes nas fisionomias alegres das crianças; admiro as largas varandas de marfim no sorriso radiante dos meus súditos; reconheço os pátios floridos no olhar de gratidão das mães felizes. Como é majestoso e belo, ó Vizir, o palácio que a sua bondade fez se erguer nas terras de Tiapur.
...............

"Cada um é responsável pela destinação que der à riqueza que lhe for confiada, seja ela representada por recursos materiais ou por aptidões profissionais. Cada qual, pelo uso de seus próprios talentos, é capaz de alterar o mundo, distribuindo alegrias ou acumulando dores."
Desconheço o Autor