sábado, 28 de junho de 2008

O Convite da Loucura


Contam que, certa vez, reuniram-se todos os sentimentos, qualidades e defeitos dos homens em um único lugar da terra.
Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado sobre a monotomia pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada, e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou:
- Esconde-esconde? Como é isso?
- É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.
O ENTUSIASMO dançou, seguido pela EUFORIA. A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou por convencer a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar:
A VERDADE preferiu não se esconder - "Para que, se no final todos me encontram?" - Pensou.
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto, e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
- Um, dois, três, quatro... - Começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao céu, e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não conseguiu esconder-se pois, cada local que encontrava, lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: se era um lago cristalino, era ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o vôo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cômodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira! na realidade ela se , escondeu atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.998, o AMOR ainda não havia encontrado um lugar para se esconder pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma rosa e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão! - terminou de contar a LOUCURA e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com DEUS, no céu, sobre zoologia. Sentiu vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões. Em um descuido, encontrou a INVEJA e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas. De tanto caminhar, sentiu sede e ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se.
E assim foi encontrando a todos: o TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA em uma cova escura; a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano) e até o ESQUECIMENTO, que já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos. A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, rezou, implorou, pediu e até prometeu ser seu guia.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra,
O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha...
Autor Desconhecido

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Salsa, Salsinha, tempero ou remédio?


Muito utilizada nos pratos culinários mais diversificados, este tempero tão saboroso pode esconder mistérios além de sua imaginação.

Origem:
Natural da Europa, a salsa (conhecida também por salsinha, salsa-de-cheiro ou salsa-hortense) foi trazida para o Brasil no início da colonização. Seu cultivo é relativamente fácil: pode ser cultivada em vasos, e adapta-se muito bem a terrenos areno-argilosos, ricos em matéria orgânica, fracamente ácidos e bem drenados.
Os antigos egípcios usavam-na como um remédio para dor de estômago e distúrbios urinários. Os romanos acreditavam que a salsa evitava intoxicação e, portanto, a empregavam para desodorizar o ar (repleto de álcool) durante seus banquetes. No passado acreditava-se que ela era capaz de curar doenças como a malária, a peste e o envenenamento. Atualmente, ela é mais conhecida pelas suas propriedades diuréticas e carminativas.
Mas, afinal, como utilizá-la medicinalmente?
Propriedades Terapêuticas:
Diurética (facilita a secreção da urina)
Emenagoga (provoca a vinda da menstruação)
Carminativa (combate os gases intestinais)
Expectorante (facilita a expectoração)
Antitérmica (combate a febre)
Eupéptica (melhora a digestão)
Vitaminizante (colabora na regeneração das células)
Aperiente (abre o apetite)
Antiinflamatória (combate inflamações)
Indicações:
As folhas podem ser utilizadas para combater:
- Febres intermitentes, uso interno: suco - 1 colher de sopa três a quatro vezes ao dia.
- Bronquite asmática e Laringite crônica, uso interno: suco adoçado com mel - 1/2 xícara de café uma vez por dia, em jejum.
- Equimoses, uso externo: suco (sob a forma de compressa) - aplicar, no mínimo, três vezes ao dia.
- Disenteria, uso interno: chá por decocçao - 1 xícara três a quatro vezes ao dia.
- Inflamaçao e edema de pálpebras, uso externo: sob a forma de cataplasma fria - aplicar várias vezes ao dia.
- Hemorragias nasais, uso externo: introduzir folhas trituradas nas narinas.
- Hemorragias de ulceras e feridas, picadas de insetos, nevralgias, uso externo: sob a forma de cataplasma - aplicar três a quatro vezes ao dia.
As raízes podem ser empregadas no combate a:
- Gases intestinais, uso interno: chá por decocçao - 1 xícara três a quatro vezes ao dia.
- Nefrite e Cistite, uso interno: chá por infusao - 1 xícara três a quatro vezes ao dia.
- Anasarca, Hidropisia, Edemas de membros inferiores, uso interno: chá por decocçao (de 30 a 100g para cada litro de água) - 1/2 xícara de 4 em 4 horas.
As sementes atuam na:
- Atonia gástrica e Nevralgias em geral, uso interno: chá por decocçao - 1 xícara três vezes ao dia.
Se você é adepto da medicina natural, experimente os efeitos terapêuticos que essa maravilhosa erva contém, e descubra porque os fitoterapêutas a recomendam até hoje; mas, CUIDADO! A salsa, através de uso interno, é contra-indicada para gestantes e lactantes, pois um de seus componentes, o apiol, é estrogênico; isto é, altera o sistema reprodutor feminino e pode provocar o aborto.
Texto de Sandra Benedetti, médica em São Leopoldo - RS

terça-feira, 24 de junho de 2008

Solidão


A música que a Dé colocou no ar, como fundo do blog, tem me atingido diariamente quando acesso o link.


Quantas estradas precisará um homem andar
Antes que possam chamá-lo de um homem?
Sim e quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar
Antes que ela possa dormir na praia?
Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento
Quantas vezes precisará um homem olhar para cima
Até poder ver o céu?
Sim e quantos ouvidos precisará um homem ter
Até que ele possa ouvir o povo chorar?
Sim e quantas mortes custará até que ele saiba
Que gente demais já morreu?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento
Quantos anos pode existir uma montanha
Antes que ela seja lavada pelo mar?
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir
Até que sejam permitidas a serem livres?
Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça
E fingir que ele simplesmente não ver?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento


O lamento solitário de Bob Dylan em "Blown' In in the Wind" leva-me a buscar respostas quanto a viver só, por necessidade ou opção. O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) afirma que estar só é a condição original de todo ser humano. Que cada um de nós é só no mundo. É como se o nascimento fosse uma espécie de lançamento da pessoa à sua própria sorte.

Nestes dias friorentos, o desejo de estar junto aumenta. Creio que não há quem nunca não tenha se sentido só, absoluta e irremediavelmente só, mesmo caminhando em uma rua apinhada de gente de alguma gigantesca metrópol. A comunicação entre as pessoas é um dos exercícios mais freqüentes, indispensáveis e, no entanto, frustrantes do cotidiano. Nem sempre o que se diz é o que de fato se sente. Romances têm início, meio e fim com base em equívocos, em erros de avaliação, em expressões e ações subjetivas, mesmo que pretendamos lhes dar a maior objetividade possível, ao tentarmos comunicar nossos pensamentos, emoções ou sentimentos.

A pior solidão é aquela que enfrentamos a dois, é muito difícil de lidar quando esperamos que o outro dê um significado para nossa vida, fazendo dele o personagem principal de nossa história e nos colocando como coadjuvantes e secundários. E como diz nosso Chico Buarque de Holanda, "solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma ....."

A resposta, meu amigo, está soprando no vento. E que nesta noite de São João, se acenda a fogueira em seu coração e lhe mostre o caminho.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Juventude Eterna



Essa história que eu vou contar agora, aconteceu com uma mulher inteligente que estava fazendo uma palestra. Diz ela:

'Mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher. Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades. E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi. Foi um momento inesquecível...

A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.

Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?' Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'.

Estão todos em busca da reversão do tempo. Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.

Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada. A fonte da juventude chama-se mudança.

De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas. Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.

Mudança, o que vem a ser tal coisa? Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.

Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. Rejuvenesceu.

Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Olhe-se no espelho...

Texto de Martha Medeiros

segunda-feira, 16 de junho de 2008

DESAPEGO - A Arte de Bem Viver


Em todas as tradições espirituais, o apego é visto como um sentimento que nos faz sofrer.
Todas as vezes que nos apegamos excesivamente a alguém ou a algo, haveremos de experimentar algum tipo de dor, cuja intensidade é proporcional ao tamanho do nosso apego.
Na essência, nosso apego sempre se dirige aos sentimentos que as pessoas e os objetos nos proporcionam. Quando perdemos algum bem precioso, a dor que sentimos não vem do objeto em si, mas do sentimento que ele representa. Quando o ser amado resolve partir, sentimos a dor da saudade que sua ausência nos traz.
Quantos até se apegam aos episódios tristes que surgiram em suas vidas, e permanecem acorrentados a mágoas, culpas e desamor por si mesmo.
Como tudo no universo está em constante transformação, melhor seria se procurássemos viver sem o apego a tudo aquilo que é transitório. A efemeridade de tudo o que nos liga ao mundo terreno nos remete à idéia de que tudo está em constante circulação. Os bens são circuláveis, passam de mão em mão, e é assim que o universo distribui as riquezas.
Portanto, quanto mais agirmos como um ponto de circulação de nossos bens, sejam eles materiais, intelectuais ou espirituais, mais a vida nos preencherá de novos valores a fim de que a cadeia de circulação continue operando. Quando me apego ao que já não tem utilidade para mim, trancafiando meus valores no cofre do egoísmo, interrompo o fluxo de entrada/saída, e a prosperidade começará a ruir.
Viver sem apego não é viver sem paixão, é viver sem o sentimento de posse. A idéia de que algo nos pertence quase sempre nos rouba a possibilidade de viver cada instante da nossa existência com a plenitude desejada, protelando a alegria do momento presente para um futuro incerto e não sabido.
A vantagem do desapego é a de que nos soltamos antecipadamente de algo que, cedo ou tarde, sairá de nossas mãos. Ao mesmo tempo, o desapego nos permite desfrutar de uma relação essencialmente prazerosa com tudo o que nos cerca, pois sabemos que somos meros usufrutuários das coisas e companheiros temporário das pessoas. Então cada segundo da nossa vida é pleno de entrega e de profunda alegria.
Por isso eu o convido, neste instante, a dasapegar-se:
- de seus bens;
- de seus títulos;
- de seus cargos;
- de sua família;
- de sua vaidade;
- de seus ídolos;
- de seus ressentimentos;
- de suas culpas;
- de seus preconceitos;
- de suas verdades.
Mas faça isso logo, antes que a morte o surpreenda no maior teste de desapego que você enfrentará em toda a sua vida.

Texto extraído do livro "Atitudes para Vencer", de José Carlos De Lucca

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Santo Antonio

Ó, SANTU ANTÔIM!

Ai, meu Santu Antôim quirido,

Qué qui ocê andô fazendu

Qui isqueceu du meu pididu?

Vá logo mi socorrendu.

Abra bem us seus uvidu,

Tô vexada, ocê tá vendu.


Tanta vela qui acendi,

Tantu têiçu qui rezei,

As preméssa qui cumpri,

As vêiz qui mi ajueei.

Inté as conta perdi,

Dus pecadu qui paguei.


Num tenhu máis paciença

Pra pidí neim pra rezá.

Ocê vai mi dá licença,

Sêji pur beim ou pur má.

Pois mi bateu a discrença

Qui ocê qué mi ajudá.


Pódi num sê boa fé,

Máis u jeitu é eu fazê:

Li pindúru pelus pé

Inté ocê mi atendê.

Dispois num fáli qui é

Covardia cum ocê.


Quéru vê si dessa vêiz

Ocê num vai mi atendê!

Dou inté o fim du mêis

Pra módi arrecebê.

Si arresôrva di uma vêiz

I mi dê meu bem-querê.


Tô perparandu quindim

I amendoim torradu

Pra isperá meu bemzim

Cum carim i cum agrádu.

Quéru festejá tudim,

Cum u meu xodó du ladu!


Lêda Mello

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dia dos Namorados



Como dizia o poeta

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não



Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


Poemas: Vinicius de Moraes

Fotos: Hortencia D.B. Hokama



quarta-feira, 11 de junho de 2008

Canção da Plenitude

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)


O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora:
esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
Texto de Lya Luft, extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim, 1997, pg. 151
Foto: Lya Luft

domingo, 8 de junho de 2008

Ah! o Amor...

Todo mundo sabe que beleza e feiúra são conceitos relativos. Ser belo ou ser feio são coisas que podem variar de lugar para lugar, de contexto para contexto, de cultura para cultura.
"Quem ama o feio, bonito lhe parece", "feiúra não se põe à mesa", "o amor é cego", são ditos populares que focalizam o amor, o mais antigo, conhecido, escrito, falado, recitado e cantado dos sentimentos. É a busca de nossa outra metade.

Um dos mais antigos autores que fala sobre o amor é Aristófanes, que nasceu em Atenas em 457 a.C., e viveu a época de maior grandeza da cultura ateniense, dramaturgo, é considerado o maior representante da comédia antiga. Escreveu mais de 40 peças, das quais apenas 11 são conhecidas. No Brasil, um dos seus mais famosos textos é "Lisístrata, ou a Guerra do Sexo", que retrata as mulheres fazendo greve de sexo para forçar atenienses e espartanos a estabelecer a paz.
No rastro da sexualidade caminha o amor ou, no rastro do amor caminha a sexualidade. Em seus textos Aristófanes nos conta que nossa antiga natureza não era tal como a conhecemos hoje e sim diversa. Os seres humanos encontravam-se divididos em três gêneros e não apenas dois - macho e fêmea - como agora. Havia um terceiro gênero que possuía ambas características, e que era dotado de uma terrível força e resistência e, além disso, de uma imensa ambição; tanto que começaram a conspirar contra os deuses.
Zeus e as demais divindades viram-se então tendo que tomar providências para sanar tal insubordinação; tinham a alternativa de extinguir a espécie com um raio, como haviam feito com os gigantes, porém perderiam também as homenagens e os sacrifícios que lhes advinham dos humanos. Pôr um outro lado permitir tal insolência pôr mais tempo era impensável.
Resolveu-se então parti-los ao meio, desse modo não só se enfraqueceriam como também aumentariam de número. Assim foi que até hoje, divididos como estamos, que cada um infatigavelmente procura a sua outra metade.
A partir do século XX, com o advento da informação, popularizaram-se grandes personagens da literatura que simbolizam o amor, entre eles os retratados por Willian Shakespeare, (1564-1616), poeta e autor teatral inglês, considerado um dos melhores dramaturgos da literatura universal. Além de dramaturgo foi ator de teatro e suas primeiras obras — dois poemas eróticos segundo a moda da época, "Venus and Adonis" (1593) e "Lucrece" (1594), e seus sonetos — lhe valeram a reputação de brilhante poeta renascentista. Mas suas mais famosas obras relatam o amor tragédia entre amantes, tais como "Romeu e Julieta", "Otelo", "Cleópatra e Marco Antonio".
Mais recentes a Shakspeare vêm os personagens das obras clássicas da literatura infantil, "A Bela e a Fera" (de Van Gool), e o romance entre o monstro "Shrek" o ogro que virou príncipe e a princesa Fiona (deWilliam Steig) , passando pelo grotesco "O Concunda de Notre Damme" (de Victor Hugo, publicado em 1831).
Na nossa literatura poética brasileira, temos Vinicius de Moraes que dizia que “as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”... frase polêmica, mas acredito que essa beleza a que ele se refere é encanto, carisma, aquele “quê” a mais que muda tudo, inclusive para ele, porque nem todas as mulheres do Vinícius eram bonitas. O mais atual de nossos compositores e poetas, Chico Buarque de Holanda, faz sua exaltação ao amor cego, o encontro da nossa outra "metade, na letrada música "Tanto Amar", imortalizada na voz de Ney Mato Grosso:
Amo tanto e de tanto amar

Acho que ela é bonita

Tem um olho sempre a boiar

E outro que agita

Tem um olho que não está

Meus olhares evita

E outro olho a me arregalar

Sua pepita

A metade do seu olhar

Está chamando pra luta, aflita

E metade quer madrugar

Na bodeguita

Se seus olhos eu for cantar

Um seu olho me atura

E outro olho vai desmanchar

Toda a pintura

Ela pode rodopiar

E mudar de figura

A paloma do seu mirar

Virar miúra

É na soma do seu olhar

Que eu vou me conhecer inteiro

Se nasci pra enfrentar o mar

Ou faroleiro

Amo tanto e de tanto amar

Acho que ela acredita

Tem um olho a pestanejar

E outro me fita

Suas pernas vão me enroscar

Num balé esquisito

Seus dois olhos vão se encontrar

No infinito

Amo tanto e de tanto amar

Em Manágua temos um chico

Já pensamos em nos casar

Em Porto Rico
Imagem: "Os Amantes", tela surrealista de Rene Magritte, ( nasceu em 1898 e morreu em 1967)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Meu namorado

Meu namorado é como flor,
desabrocha em amor sempre que me vê,
e me diz "eu amo você" de forma tão doce e sedutora,
tão verdadeira e encantadora.
Meu namorado é como chuva de verão,
rega todo o meu coração,
planta sementes diariamente,
faz de mim o seu jardim.
Meu namorado é real e imaginário,
recém nascido e centenário dentro da minha vida.
Meu namorado me dá acolhida nas noites frias e nos dias quentes.
Meu namorado é envolvente, de todos, o mais original,
o mais amado e especial.
Meu namorado é a melhor estação, é sol em dia de verão,
é a melhor parte de mim e sempre me diz assim;
vem, estou te esperando volta que não estou aguentando.
Meu namorado é sensível, é real e invisível,
é a pessoa mais imprevisível na hora de me amar.
Ele sabe como se aproximar, como me fazer delirar.
Ele sabe, às nuvens, me levar com seus beijos e desejos.
Meu namorado é diferente de tantos que vejo por aí.
Ele sabe coisas que eu nunca aprendi e me ensina sem cobrar.
Meu namorado não dá pra avaliar, vale mais que ouro e diamante,
vale por cada instante que faz da minha existência uma beleza.
Meu namorado é a grande surpresa que a vida me reservou,
o grande presente que Deus me enviou.
Meu namorado é o vôo cego que pra longe me levou.
Meu namorado é o amigo que, dentro de mim, trago guardado,
um companheiro tão aperfeiçoado, tão digno e abençoado.
Meu namorado não é só pele, é, principalmente, coração, é sinônimo de emoção.

Meu namorado... ah meu namorado...
em algum canto do mundo ele deve estar,
só está faltando ele me achar.


Silvana Duboc

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Dia Mundial do Meio Ambiente



Se há um assunto que consegue igualar todas as pessoas nesse planeta é a questão ambiental: o que acontece de um lado, para bem ou para mal, vai sempre afetar o outro!

O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado em 5 de junho. A data foi recomendada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Por meio do decreto 86.028, de 27 de maio de 1981, o governo brasileiro também decretou no território nacional a Semana Nacional do Meio Ambiente

Nessa data, chefes de estado, secretários e ministros do meio ambiente fazem declarações e se comprometem a tomar conta da Terra. As mais sérias promessas têm sido feitas, que vão do be-a-bá ao estabelecimento de estruturas governamentais permanentes para lidar com gerenciamento ambiental e planejamento econômico, visando conseguir a vida sustentável no planeta.

Preservar o meio ambiente é muito importante para que possamos ter um planeta saudável e rico em recursos naturais no futuro.

Vamos aproveitar este dia e listar quantas ações podemos fazer para colaborar na preservação do meio ambiente. Se todo mundo fizer um pouquinho, podemos contribuir um montão para o mundo!

Segue algumas medidas fáceis de serem executadas.

Água

* Escovando os dentes - desligue a água enquanto faz a escovação.
* Lavando a louça - desligue a água enquanto ensaboa pratos, copos, talheres e panelas.
* Tomando banho - nada de banhos muito longos e quando estiver se ensaboando, desligue a torneira.

Energia

* Desligue as luzes - ao sair do seu quarto, sala ou cozinha não esqueça de apagar as luzes.
* Desligue aparelhos eletrônicos - não deixe a televisão, rádio ou computador ligado caso não esteja sendo utilizado.
* Ar condicionado - utilize com moderação!
* Lavando roupa suja - dedique dias da semana para lavar a roupa. Assim você utiliza a máquina de lavar em sua capacidade máxima, economizando energia e água ao mesmo tempo.
* Passando roupa - também dedique dias da semana para passar roupa. Evitando assim, o liga e desliga.

Lixo

* Coleta seletiva - tenha uma atitude bacana. Programe a coleta seletiva na sua casa. É muito fácil, basta separar os lixos em: material orgânico, papel, metal, vidro e plástico.

Desta forma, você estará fazendo uma grande contribuição à mãe natureza, já que este material será reciclado, ou seja, será reaproveitado para a fabricação de novos produtos.

Podemos, cada um de nós, já fazer a nossa parte para a preservação das condições mínimas de vida na Terra, hoje e no futuro, ou seja, investir mais naquilo que temos de valioso, que é a nossa inteligência, para aprender a consumir menos o que precisamos economizar: os recursos naturais. E é sempre bom lembrar que o Brasil, identificado como um dos nove países-chave para a sustentabilidade do planeta, já é considerado uma superpotência ambiental!


Faça a sua parte

Federico García Lorca


Hoje, 05 de junho, comemoram-se os 110 anos de nascimento de Federico Garcia Lorca.
Lorca nasceu em Fuentevaqueros (Granada), em 5 de junho de 1898 e morreu assassinado em Viznar (Granada), uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de agosto de 1936.
É Garcia Lorca, com certeza, o poeta espanhol mais conhecido universalmente, só perdendo para Cervantes no número de edições e traduções de suas obras.
Iniciou os seus estudos de direito, filosofia e letras, em 1914, na Universidade de Granada, transferindo-se em 1919 para Madrid, onde conheceu pessoas como o cineasta Luis Buñuel. Em Madrid nascem suas primeiras obras literárias, o "Libro de Poemas" e sua primeira obra teatral "Mariana Pineda". É também nesse período que se aproxima do grande mestre do surrealismo, Salvador Dali.
Em 1928 Garcia Lorca publica o "Romancero Gitano", composto por dezoito poemas no qual se encontram os motivos andaluzes da sua origem.
Federico García Lorca nunca pertenceu a algum movimento literário, sempre negou o título de surrealista, embora algumas características do surrealismo se encontrem em sua poesia, como as associações estranhas de palavras. Em troca, não usou a escrita automática como propôs o teórico do surrealismo André Breton.
Foi uma espécie de símbolo das vítimas dos regimes autoritários de direita e da tirania fascista, e quando eclodiu a Guerra Civil Espanhola, Lorca saiu de Madrid para Granada, onde, supostamente, estaria mais protegido. É que Lorca (como sempre são os intelectuais de vanguarda), era um inimigo natural de um regime autoritário. Além disso, numa Espanha católica, as possíveis tendências homossexuais de Lorca também não eram bem vistas. Por essas razões, vítima de uma denúncia anônima, Lorca é preso e assassinado, tendo o seu corpo sido jogado num canto da Sierra Nevada.
O fato de Garcia Lorca ter sido assassinado pelo regime de Franco, fez com que, durante longo tempo, seu trabalho fosse pouco divulgado e até mesmo censurado na Espanha. Por outro lado, tornou-se uma figura simbólica da opressão, o que fez com que vários poetas e escritores viessem a se ocupar de sua figura.
No Brasil escreveram sobre Lorca, entre outros, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes e Murilo Mendes. Segue fragmento de seu mais famoso poema, Romance Sonâmbulo:


Verde que te quiero verde.

Verde viento. Verdes ramas.

El barco en el mar y el caballo en la montaña.

Con la sombra en la cintura,

Ella sueña en su baranda.

Verde carne, pelo verde,

Con ojos de fría plata.

Verde que te quiero verde.

Bajo la luna gitana,

Las cosas la están mirando

y ella no puede mirarlas.


traduzindo


Verde que te quero verde.

Verde vento. Verdes ramas.

O barco vai sobre o mare o cavalo na montanha.

Com a sombra pela cintura

ela sonha na varanda,

verde carne, tranças verdes,

com olhos de fria prata.

Verde que te quero verde.

Por sob a lua gitana,

as coisas estão mirando-a

e ela não pode mirá-las.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Tempo de Amor


Por quanto tempo esperei
que você me escrevesse.
Que você me revelasse
o amor que tem por mim.
Mas, o seu tempo era pouco,
nunca sobrava um minuto,
seu dia passava rápido,
a noite chegava depressa,
e seu tempo se esgotava.
Se pra tudo existe um tempo,
no tempo de nossas vidas,
por que deixar que o tempo
faça passar inclemente
as emoções reprimidas?
Tanto tempo lhe esperei
tanto tempo se passou,
que eu agora duvido,
se em algum tempo me amou...
Viver em função do tempo,
aguardar o tempo certo,
se não ficarmos despertos,
se nós não formos espertos,
nos perderemos no espaço.
Ficar olhando ponteiros,
dando voltas sem parar,
certo tempo chegará
que corda pode partir,
bateria descarregar,
e o nosso tempo de vida,
na certa ele vai parar.
E na saudade, minha boca,
meu peito, todo o meu corpo
na certa que ficarão,
pois chorando, meu coração,
um dia, num certo tempo,
não contará mais às horas,
de uma espera em vão.
Se você me quer, de fato,
dê-me um tempo, por favor,
deixe de lado afazeres,
venha passar ao meu lado,
no tempo que ainda nos resta,
alguns minutos de amor.


José Maciel

Par Perfeito Existe?

Falo a Língua dos Loucos...
"Quem é que nunca teve um Marcelo, um Felipe, um Ricardo, um Júlio ou um Alexandre na vida? Tudo bem, pode ser uma Juliana, uma Natália, uma Ana, uma Patrícia ou uma Aline...
Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa!Cansa na hora que você percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo!
A "fila" anda, a coleção de "figurinhas" cresce, a conta de telefone é sempre altíssima. Mas e aí? O que isso te acrescenta? Nessas horas, sempre surge aquela tradicional perguntinha: por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala, não despenca logo na sua vida???
Se o tal "amor" é impontual e imprevisível, que se dane! Não adianta: as pessoas são impacientes! São e sempre vão ser!
Tem gente que diz que não é... "Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer".
Mentira! Por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido... Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca da famosa cara-metade! Pode dar o nome que quiser: amor, alma gêmea, par perfeito, a outra metade da laranja...
No fim dá tudo no mesmo. Pode soar brega, cafona. Mas é a realidade. Inclusive o assunto "amor" é sempre cafonérrimo. Acredito que o status de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor.
Poucas pessoas experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto...
Não lembro se foi o Wando ou se foi o Reginaldo Rossi que disse em uma entrevista que se a Marisa Monte não tivesse optado pelo "Amor I love you" e que se o Caetano não tivesse dito "Tô me sentindo muito sozinho..." eles não venderiam mais nenhum disco. Não adianta, o público gosta e vibra com o brega".
Não adianta tapar o sol com a peneira. Por mais que você não admita: você ficou triste porque o Leonardo di Caprio morreu em "Titanic "e ficou feliz porque a Julia Roberts e o Richard Gere acabaram juntos em "Uma Linda Mulher".
Existe pelo menos uma música sertaneja ou um pagodinho que te deixe com dor de cotovelo. Quando você está solteiro e vê um casal aos beijos e abraços no meio da rua, você sente a maior inveja.
Você já se pegou escrevendo o seu nome e o da pessoa pelo qual você está apaixonada no espelho embaçado do banheiro, ou num pedacinho de papel.
Você já se viu cantando o mantra "Toca telefone toca" em alguma das sextas-feiras de sua vida, ou qualquer outro dia que seja.
Você já enfiou os pés pelas mãos alguma vez na vida e se atirou de cabeça numa "relação" sem nem perceber que você mal conhecia a outra pessoa, e que com este seu jeito de agir ela te acharia um tremendo louco.
Você, assim como nos contos de fada, sonha em escutar um dia o tal "E foram felizes para sempre..."
Bem, preciso continuar? Ok, acho que não...
Negue o quanto quiser, mas sei que já passou por isso, e se não passou, não sabe o quanto está perdendo..."
O problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance. Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos."


Texto: Luiz Fernando Veríssimo
Imagem: tela de Pedro Leitão, pintor prtuguês.

terça-feira, 3 de junho de 2008

O Dia dos Namorados vem chegando!

O Dia dos Namorados, tratado em muitos países como Dia de São Valentim, é uma data comemorativa na qual se celebra a união amorosa entre casais, quando é comum a troca de cartões com mensagens românticas e presentes com simbolismo de mesmo intuito, tais como as tradicionais caixas de bombons em formato de coração. No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de Junho, já em Portugal, a data é celebrada em seu dia mais tradicional: 14 de Fevereiro

História
A história do Dia de São Valentim remonta um obscuro dia de jejum já tido em homenagem a
São Valentim. A associação com o amor romântico chega depois do final da Idade Média, durante o qual o conceito de amor romântico foi formulado.
O dia é hoje muito associado com a troca mútua de recados de amor em forma de objetos simbólicos. Símbolos modernos incluem a silhueta de um coração e a figura de um
Cupido com asas. Iniciada no século XIX, a prática de recados manuscritos deu lugar à troca de cartões de felicitação produzidos em massa. Estima-se que, mundo afora, aproximadamente um bilhão de cartões com mensagens românticas são mandados a cada ano, tornando esse dia um dos mais lucrativos do ano. Também se estima que as mulheres comprem aproximadamente 85% de todos os presentes no Brasil.

São Valentim
Durante o governo do imperador Caldeus II, este proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército. Caldeu acreditava que os jovens se não tivessem família, se alistariam com maior facilidade. No entanto, um bispo romano continuou a celebrar casamentos, mesmo com a proibição do imperador. Seu nome era Valentim e as cerimônias eram realizadas em segredo. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens jogavam flores e bilhetes dizendo que os jovens ainda acreditavam no amor. Entre as pessoas que jogaram mensagens ao bispo estava uma jovem cega: Assíria filha do carcereiro a qual conseguiu a permissão do pai para visitar Valentim. Os dois acabaram-se apaixonando e ela milagrosamente recuperou a visão. O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem com a seguinte assinatura: “de seu Valentim”, expressão ainda hoje utilizada. Valentim foi decapitado em 14 de Fevereiro de 270 d.C.

Data no Brasil
No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de junho por ser véspera de 13 de junho, Dia de Santo Antônio, santo português com tradição de casamenteiro, provavelmente devido suas pregações a respeito da importância da união familiar. O casamento - em queda na Idade Média - trazia a união carnal, considerada pecado, naquele período quando se valorizava a vida espiritual celibatária.
A data foi criada pelo comércio paulista e depois assumida por todo o comércio brasileiro para reproduzir o mesmo efeito do Dia de São Valentim, equivalente nos países do hemisfério norte, para incentivar a troca de presentes entre os "apaixonados".


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.